Economista do PT insiste no nome de Lula e defende Constituinte com direito a controle da mídia

Nada pode ser mais utópico e embusteiro do que o discurso o PT em relação á corrida presidencial. O partido, que de maneira equivocada ainda não desistiu do nome de Lula como candidato, insiste em falar em retomada da democracia, mas ao mesmo tempo apresenta proposta que miram o autoritarismo, mesmo isso surja de maneira camuflada.

Coordenador das propostas econômicas da candidatura do PT à Presidência da República, Márcio Pochmann, que participou na manhã desta quinta-feira (23) da série de fóruns “Os Economistas das Eleições” – parceria do jornal “O Estado de S. Paulo” com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) – defendeu a realização de nova Assembleia Nacional Constituinte para garantir a execução de reformas, fundamentais para o futuro do Brasil, na opinião do petista.

Pochmann defendeu alterações no sistema político-eleitoral, nos meios de comunicação e uma reforma tributária. O PT chegou ao poder central e dele foi apeado através do sistema político-eleitoral atual, mas o partido quer mudá-lo para moldar o novo sistema de acordo com seus interesses. Não há outra explicação para essa proposta, no momento em que a prioridade é iniciar um processo de recuperação da economia, antes que o País afunde ainda mais na vala da crise.


Em relação à reforma tributária, o PT teve várias oportunidades de aprová-la, mas não o fez porque o populismo barato do partido, que permitiu o avanço do seu projeto totalitarista de poder, seria comprometido. Se de fato esse é o desejo da legenda, que os petistas no Congresso Nacional aprovem, após as eleições, o projeto de reforma tributária elaborado de forma minuciosa pelo deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR).

No tocante à reforma dos meios de comunicação, o que o PT intenta, por vias transversas, é controlar a mídia. Essa proposta é uma clara ameaça à democracia, pois não é de hoje que a cúpula do partido busca uma forma de censurar a imprensa, que nos últimos anos foi implacável com os “companheiros” flagrados com a mão no butim. O circunlóquio usado por Pochmann pode enganar os incautos, mas quem conhece a peçonha do petismo sabe o que existe nas entrelinhas.

Márcio Pochmann é livre para entender que o projeto do PT para a eleição deste ano é o mais ousado de todos, desde que o partido estreou no processo eleitoral do País, mas insistir na candidatura de Lula é uma afronta ao Estado Democrático de Direito. A legenda é livre para apostar na estratégia político-eleitoral que melhor lhe convém, desde que não coloque a nação em compasso de espera apenas porque um condenado e preso por corrupção e lavagem de dinheiro não quer perder o protagonismo político.