Juíza proíbe Gleisi de fingir que é advogada de Lula para ter acesso livre ao líder máximo do PT na prisão

A juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução da pena do ex-presidente Lula, emitiu despacho na noite de quinta-feira (30) impedindo a senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, de atuar como advogada do ex-metalúrgico, que está preso em Curitiba por corrupção e lavagem de dinheiro.

Gleisi, que jamais atuou como advogada, vinha ludibriando a Justiça com a farsa de que defendia os interesses do petista-mor nos processos a que ele responde, como forma de ter acesso livre a ex-presidente na cadeia. Contudo, a farsa petista durou pouco.

O objetivo, bem-sucedido por algum tempo, era transformar a cela em que Lula está encarcerado desde abril, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, em comitê central da campanha do PT na campanha presidencial.


Com a decisão de Lebbos, a presidente do PT terá de respeitar o dia de visitas reservado aos amigos de Lula, as quintas-feiras. O despacho também atingiu o tesoureiro do partido, Emídio de Souza. A juíza argumenta que, de acordo com a lei, Gleisi, na condição de membro do Legislativo, não pode praticar a advocacia contra ou a favor de sociedades de economia mista — como é o caso da Petrobras.

A juíza lembra que Lula foi condenado por crime contra a administração pública, com o dever de ressarcimento de danos à estatal, que também atuou como assistente de acusação no processo do triplex. Sendo assim, no entendimento da magistrada, a procuração por meio da qual a senadora incluiu Emídio de Souza como advogado também é nula.

Em vez de tentar reerguer o partido, os petistas próximos a Lula insistem em manobras esdrúxulas que servem apenas para aumentar o calvário que atinge o PT e alguns dos seus satélites ideológicos. Ao persistir essa estratégia obtusa que dá preferência à vitimização é à burla à legislação, o PT corre o sério risco de sofrer no processo de encolhimento nas eleições de outubro próximo. Quem viver, verá.