Bolsonaro é esfaqueado durante campanha em MG; radicalismo e intolerância precisam ser contidos

(Fábio Motta – Estadão)

Candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro participava de ato de campanha na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, quando em maio e tumulto, foi esfaqueado por uma pessoa e levado às pressas para o hospital.

De acordo com Flávio Bolsonaro, filho do presidenciável, o ferimento, na região do abdômen, foi superficial e o candidato passa bem. Segundo a Polícia Federal, o agressor foi detido.

Antes do ataque a Bolsonaro, bate-boca, tensão e tumultos marcaram a visita de Jair Bolsonaro ao hospital filantrópico da Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer (ASCOMCER) nesta quinta-feira (6), véspera do feriado da Independência.

Pacientes idosos em tratamento contra a doença tiveram dificuldade para entrar na unidade médica por causa de um cordão de isolamento formado por integrantes de movimento conservador da cidade. Vestidos de preto, eles apresentavam-se como policiais e afirmavam fazer “segurança voluntária” do candidato.


Como sabem os leitores, o UCHO.INFO é contra qualquer manifestação emoldurada pelo radicalismo, pois esse comportamento leva a uma cegueira ideológica que sufoca a coerência e o bom senso. E isso vem acontecendo de forma deliberada por todas as partes, desde as ruas até as redes sociais, passando pelas relações de amizade e de trabalho.

Este portal repudia o crime cometido contra Jair Bolsonaro, pois o Brasil é uma democracia e não será dessa maneira, à sombra da intolerância e do ortodoxismo, que trilharemos o caminho da mudança.

Não é de hoje que alertamos insistentemente para o perigo que representa o radicalismo que tomou conta do processo eleitoral, levando o País a um clima de tensão crescente e a um cenário de incertezas. É importante lembrar que o Estado Democrático de Direito recepciona a liberdade de opinião, mas não abre espaço para a truculência como contraponto.

Por outro lado, que o lamentável e condenável episódio não seja capitalizado politicamente pelo candidato Jair Bolsonaro, pois nas redes sociais já começam a pulular teorias da conspiração. É preciso cautela e responsabilidade.