Filho do presidenciável do PSL, o vereador Carlos Bolsonaro será acionado pela oposição na Comissão de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro sob a acusação de apologia à tortura.
Parlamentares oposicionistas protocolaram denúncia contra a divulgação de imagem que simula tortura de um integrante do movimento #EleNao. A foto foi publicada no “stories” do vereador no Instagram na noite de terça-feira (25). Nessa plataforma digital as postagens têm duração de 24 horas e podem ser apagadas.
Carlos Bolsonaro publicou a imagem em referência ao movimento criado por mulheres contrárias à candidatura de seu pai. A imagem mostra um jovem com os braços amarrados, o rosto ensanguentado e a cabeça coberta por um saco plástico – técnica de asfixia. No peito o jovem tem a hashtag #EleNão. Como se não bastasse, a foto traz a inscrição “sobre pais que choram no chuveiro”, referência a pais que supostamente sentem vergonha dos filhos homossexuais.
Originalmente, a imagem da “tortura” foi publicada no Instagram na conta @direitapvh, que tem postagens críticas ao ex-presidente Lula e homenagem ao presidente dos Estados Unidos, o apasquinado Donald Trump.
Após a polêmica, Carlos Bolsonaro usou o Twitter, na tarde de quarta-feira (26), para se manifestar: “Novamente inventam como se eu tivesse divulgado uma foto dizendo que quem escreve #elenão mereceria alguma maldade. Não, canalhas! Foi apenas a replicação da foto de alguém que considera isso uma arte. Me agradeçam por divulgar e não mintam como sempre”, escreveu.
Como afirmou o UCHO.INFO em matéria anterior, ao postar a imagem o vereador endossa o crime da tortura, como se tal prática fosse aceitável. É fato que, segundo a sabedoria popular, o fruto não cai longe da árvore, por isso Carlos Bolsonaro pode ter um pensamento alinhado ao do pai, que já homenageou o torturador Brilhante Ustra e afirmou que “o erro da ditadura foi ter torturado e não matado”.
O imbróglio surge no momento em que Jair Bolsonaro recorre à dissimulação na tentativa de passar à opinião pública a falsa ideia de que é compromissado com a democracia, a liberdade e a tolerância. Só falta o presidenciável combinar com os filhos, que insistem em agir na contramão.