MPF denuncia agressor de Jair Bolsonaro por “atentado pessoal por inconformismo político”

Responsável pelo ataque ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), em Juiz de Fora (MG), Adélio Bispo de Oliveira foi denunciado pelo Ministério Público Federal com base na Lei de segurança Nacional. O MPF seguiu o entendimento da investigação da Polícia Federal (PF) e enquadrou o agressor no artigo 20 da mencionada lei pela prática de “atentado pessoal por inconformismo político”.

“Adélio Bispo Oliveira agiu, portanto, por inconformismo político. Irresignado com a atuação parlamentar do deputado federal, convertida em plataforma de campanha, insubordinou-se ao ordenamento jurídico, mediante ato que reconhece ser extremo”, afirmou o procurador Marcelo Borges de Mattos Medina.

Para o Ministério Público Federal, o agressor intentou com a facada eliminar Bolsonaro da disputa eleitoral de modo a “determinar o resultado das eleições, não por meio do voto, mas mediante violência”.

Na acusação, que pode resultar em condenação de até 20 anos de prisão para Adélio, o MPF afirma que o agressor planejou o ataque a Jair Bolsonaro desde o dia em que soube que o candidato estaria em Juiz de Fora.


A PF esteve em Florianópolis, onde Adélio Bispo de Oliveira participou de um curso de tiro, frequentado por um dos filhos de Bolsonaro. Os policiais colheram o depoimento de funcionários do clube de tiro e obtiveram a informação de que que na aula final do curso Bispo chegou a disparar 70 tiros.

Ao ser questionado sobre as aulas de tiro, o agressor confirmou em depoimento à PF que tinha interesse em adquirir uma arma por questões de “proteção”, pois sentia-se ameaçado após ter denunciado um político da cidade mineira de Uberaba.

Na denúncia, o MPF cita as informações encontradas pela Polícia Federal no celular de Adélio, que mostram a premeditação para a execução do ataque. No aparelho foram encontradas fotos de um outdoor com a data da visita de Bolsonaro a Juiz de Fora e dos locais por onde o candidato passaria.

“A tentativa de eliminação física do favorito na disputa pelo primeiro turno, em esforço para suprimir a sua participação no pleito e determinar o resultado das eleições mediante ato de violência – e não, como dito, mediante o voto –, expôs o grave e iminente perigo de lesão o regime democrático”, ressalta a denúncia.