Bolsonaro se acovarda e apaga post em que afirmava “era do indicado sem capacidade técnica acabou”

Que o presidente da República é movido pela frouxidão todos já sabem. Afinal, Jair Bolsonaro vem sendo desmentido sistematicamente por seus principais assessores, sem qualquer cerimônia, o que representa um enorme e crescente perigo para a democracia, pois abre-se caminho convidativo para pensamentos canhestros de alguns palacianos.

Não obstante, o fato de estar presidente leva Bolsonaro a confirmar o que o UCHO.INFO há muito vem noticiando. O capitão reformado do Exército não escreve sentado o que diz em pé – ou vice-versa. O que antecipa o que teremos nos próximos quatro anos.

Eleito a reboque de um discurso moralista e vingativo, que tinha na alça de mira os desmandos protagonizados pelo PT e seus satélites ideológicos, Jair Bolsonaro fez a alegria de uma patuleia ignara que acreditou no revanchismo como fórmula para salvar o País. Porém, com apenas onze dias no poder, Bolsonaro começa a mostrar a que veio.

Sem se importar com o que disse meses atrás, durante a corrida presidencial, Jair Bolsonaro noticiou no Twitter a indicação de um “amigo particular” para a gerência executiva de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras. A informação foi acompanhada de mensagem bisonha e oportunista, em que o presidente afirma que “a era do indicado sem capacitação técnica acabou”. Contudo, a publicação foi apagada em seguida e substituída por outra sem o trecho marcado pelo populismo rasteiro e barato.


“A era do indicado sem capacitação técnica acabou, mesmo que muitos não gostem. Estamos no caminho certo!”, escreveu Bolsonaro em post publicado no Twitter às 23h16 de quinta-feira (10), com uma descrição do currículo do indicado. Em 2016, Jair Bolsonaro referiu-se ao escolhido como “amigo particular”.

Às 23h59 de quinta-feira, após a mensagem acima ter sido apagada, Bolsonaro publicou novo texto, desta vez com menos fanfarronice: “A seguir o currículo do novo Gerente Executivo de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras, mesmo que muitos não gostem, estamos no caminho certo!”.

Para quem enche os pulmões para criticar os adversários, mas não tem olhos capazes de enxergar os próprios erros, Jair Bolsonaro é o típico representante do “quem nunca comeu melado, quando come se lambuza”. Se em poucos mais de uma semana o governo mais pareceu um picadeiro de circo mambembe, não é difícil imaginar o que poderá acontecer de agora em diante.

Longe de colocar em xeque a idoneidade de Carlos Victor Guerra Nagem, o indicado da vez, mas não se pode esquecer que Fabrício Queiroz, o operador do milagre da multiplicação das cédulas também era amigo particular de Bolsonaro, com direito a pescarias, churrascos, peladas e outros divertimentos. Mas nada como um escândalo para fazer com que pessoas mudem de opinião ou alterem os respectivos discursos. Coisas da covarde política brasileira!