Morre em Viena, aos 70 anos, o ex-piloto Niki Lauda, diretor da equipe Mercedes de Fórmula 1

Se uma palavra pode traduzir o austríaco Andreas Nikolaus Lauda, conhecido como Niki Lauda, por certo a mais adequada é resiliente. Talvez persistente também encontre espaço sem qualquer cerimônia nessa tradução.

Uma das lendas da Fórmula 1, Lauda morreu nesta segunda-feira (2), aos 70 anos. No início do ano, o ex-piloto foi acometido por forte gripe após transplante de pulmão, como noticiou o UCHO.INFO em agosto de 2018. Além disso, Lauda vinha fazendo hemodiálise.

“Com profunda tristeza, anunciamos que nosso amado Niki morreu pacificamente com sua família na segunda-feira, 20 de maio de 2019. Suas realizações únicas como atleta e empreendedor são e permanecerão inesquecíveis; seu incansável entusiasmo pela ação, sua franqueza e sua coragem permanecem um modelo e uma referência para todos nós. Era um marido amoroso e atencioso, pai e avô longe do público, que sentirá sua falta”, informou a família em comunicado.


Niki Lauda foi campeão da F1 em 1975 e 1977 pela Ferrari e em 1984 pela McLaren. Ele deixou as pistas em 1985, mas seu talento sempre foi reverenciado e jamais será esquecido.

O seu lado resiliente ficou evidente seis semanas após o grave acidente no GP da Alemanha, em 1976, quando sua Ferrari pegou fogo e ele ficou cerca de um minuto entre as chamas. O piloto recuperou-se de forma impressionante e voltou a correr na mesma temporada, perdendo o título por apenas um ponto para o rival, o inglês James Hunt. A história daquele campeonato foi fonte de inspiração para o filme Rush, lançado em 2013.

“Eu tive muitas queimaduras, mas me recuperei rápido. Aquilo demorou a passar, mas eu ainda estou aqui. E tenho que dizer: não, nunca tive medo. Eu estava nas mãos de ótimos especialistas e coloquei minha confiança neles. Sabia que aquele tempo demoraria, mas a única coisa que eu poderia fazer era lutar”, disse o resiliente Lauda sobre o acidente na Alemanha.

Niki precisou submeter-se a dois transplantes de rim e um de pulmão (agosto de 2018) e enfrentou duas dissoluções de empresas. Nos últimos anos, Lauda vinha exercendo a função de presidente de honra da equipe Mercedes, que vem dominando a F-1. O austríaco atuava quase como um conselheiro destacado da Mercedes, próximo ao chefe de equipe Toto Wolff e aos pilotos, o inglês Lewis Hamilton e o finlandês Valtteri Bottas.