Advogado de Fabrício Queiroz, o das “rachadinhas”, assume defesa da ex-presidente da Petrobras

Ex-presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster contratou o escritório do criminalista Paulo Márcio Klein para comandar sua defesa no âmbito da Operação Lava-Jato.

Com sede no Rio de Janeiro, o escritório de Klein tem na lista de clientes algumas figuras polêmicas, que ganharam notoriedade no conturbado universo político. Um deles é Fabrício Queiroz, ex-assessor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro – agora senador pelo PSL fluminense – e flagrado pelo extinto Coaf por “movimentação atípica”.

Queiroz, que era uma espécie de ‘faz tudo” do presidente Jair Bolsonaro, foi responsável pelas chamadas “rachadinhas” no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Além disso, o ex-assessor parlamentar empregou no gabinete da Alerj vários parentes, muitos dos quais eram funcionários-fantasmas.

A filha de Queiroz, Nathália Queiroz, constava na Câmara dos Deputados, até 2018, como servidora do gabinete de Jair Bolsonaro, mas na verdade trabalhava como “personal trainer” no Rio de Janeiro.

Fabrício Queiroz, que disse em entrevista ao SBT que é um “fazedor de dinheiro” e se dedicava à compra e venda de veículos usados, parece ter se especializado no tão sonhado milagre da multiplicação.

Acometido por um câncer no intestino, Queiroz decidiu tratar no Hospital Israelita Albert Einstein, na zona sul paulistana, onde o presidente da República foi submetido a cirurgias após o ataque a faca em Juiz de Fora (MG).


O ex-assessor de Flávio Bolsonaro, que depois do escândalo saiu de circulação, disse que os custos da internação e da cirurgia no Hospital Albert Einstein (R$ 133 mil) foram pagos em dinheiro, pois Queiroz não tem plano de saúde, segundo declaração dada a jornalistas. Além disso, Queiroz continua em tratamento quimioterápico no hospital da capital paulista.

Para quem tem como fonte de renda a aposentadoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Fabrício Queiroz é um caso a ser analisado. Ele mudou-se para o bairro do Morumbi, próximo ao hospital, onde vive com a família.

A cirurgia para a retirada de um tumor no intestino ocorreu no final de dezembro de 2018 e desde então o “faz tudo” da família Bolsonaro tem conseguido sobreviver em uma das mais caras cidades brasileiras. Na melhor das hipóteses, Queiroz tem uma despesa em torno de R$ 15 mil mensais apenas com moradia e manutenção familiar. Sem contar os custos do tratamento quimioterápico, que em hospitais considerados “de ponta” não custa barato.

Outro cliente ilustre do criminalista Paulo Klein é o ex-procurador da República Marcelo Miller, envolvido no escândalo que tem no olho do furacão os empresários Wesley e Joesley Batista, donos do grupo J&F. Miller foi acusado de receber vantagens indevidas para favorecer o grupo empresarial dos irmãos Batista.

O Brasil é um país sui generis, uma vez que acusados de escândalos na seara política sempre alegam inocência e negam ter recebido qualquer vantagem financeira, mas sempre contratam advogados caros e renomados para tentar escapar das garras da Justiça.

Nesse caso, o contratado é sempre terceiro de boa-fé, mesmo que ciente da origem dos recursos usados para quitar os honorários advocatícios, mas é preciso reconhecer que a Justiça faz jus à “cegueira”, que, ao que parece, não é apenas folclórica.