Confiança do consumidor recua 0,5 ponto de outubro para novembro; Natal será “magro”, diz pesquisadora

O Índice de Confiança do Consumidor, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 0,5 ponto de outubro para novembro deste ano. Com o resultado, que mostra a terceira queda consecutiva, o indicador passou para 88,9 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos, o menor nível desde julho deste ano.

Houve melhora na percepção dos consumidores em relação à situação atual, com uma alta de 1,1 ponto no Índice da Situação Atual, para 78,5 pontos. Já a confiança em relação aos próximos meses piorou, com queda de 1,4 ponto no Índice de Expectativas, para 96,9 pontos.

O componente que mede a intenção de compra de bens duráveis nos próximos meses foi o que mais contribuiu para a queda da confiança do consumidor.

De acordo com Viviane Seda Bittencourt, pesquisadora da FGV, o resultado sugere que a liberação do FGTS e a gradual redução da taxa de desemprego ainda não foram suficientes para recuperar o ímpeto de compras dos consumidores, que continuam cautelosos.

“Um final de ano difícil ainda para os consumidores, principalmente para os de menor poder aquisitivo”, disse a pesquisadora.


A análise de Viviane Seda Bittencourt vai ao encontro das muitas matérias do UCHO.INFO sobre a realidade do País e a real possibilidade de retomada da economia. Com 210 milhões de habitantes, o Brasil tem dificuldades para recolocar a economia nos trilhos do crescimento de forma sustentável, a exemplo do que ocorreu ao longo de inúmeros governos. Essa dificuldade decorre de um conjunto de fatores, sendo que o principal deles está no fato de dois terços dos brasileiros receberem menos de 2 salários mínimos por mês.

Não se pode falar em retomada do crescimento econômico sem pensar no incremento do salário do trabalhador. É importante que os salários tenham um ganho no poder de compra, o que proporcionará aumento no consumo e, ato contínuo, na arrecadação de impostos, que por sua vez poderá fazer frente aos gastos adicionais com aposentadorias e pensões.

Ou pensa-se o Brasil de maneira macro e no longo prazo, ou aceita-se a ideia de que o País será eternamente o paraíso do “faz de conta”. Que ninguém surja em cena com o discurso de que é preciso dar tempo ao novo governo (que nada mais tem de novo), pois quando o atual presidente da República estava candidato tinha pleno conhecimento da realidade econômica brasileira. (Com ABr)