Um tumulto durante o cortejo fúnebre do general iraniano Qasem Soleimani deixou 40 mortos e dezenas de feridos em sua cidade natal, Kerman, nesta terça-feira (7), noticiou a emissora de televisão estatal do Irã.
Dezenas de milhares de pessoas participavam do funeral quando ocorreu pânico em massa. Os primeiros vídeos publicados na internet mostram pessoas sem vida nas ruas e outras gritando desesperadas, tentando ajudar as vítimas.
Em entrevista por telefone à emissora de televisão estatal iraniana, o chefe dos serviços médicos de emergência do Irã, Pirhossein Koulivand, confirmou a ocorrência do tumulto. “Infelizmente, alguns de nossos compatriotas ficaram feridos e outros morreram durante a cerimônia fúnebre”, declarou.
Os habitantes de Kerman se reuniram no centro da cidade, onde será sepultado o general, morto na última sexta-feira (3) durante ataque aéreo americano em Bagdá. Vestidos de preto, os participantes do cortejo fúnebre levavam imagens de Soleimani e exigiam vingança contra os Estados Unidos. A morte do general acirrou as tensões em todo o Oriente Médio.
Durante o ato, o comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, ameaçou “incendiar” apoiadores dos Estados Unidos em resposta ao ataque que matou Soleimani. A multidão respondeu aos gritos de “morte a Israel”.
Salami afirmou que Qasem Soleimani foi fundamental no apoio a grupos palestinos, aos rebeldes houthis no Iêmen e às milícias xiitas no Iraque e na Síria. Ele disse também que, “como mártir”, o general representava uma ameaça “muito maior aos inimigos do Irã”. “Vamos nos vingar”, ressaltou.
A última homenagem ao general Soleimani, considerado um herói no país, reuniu multidões sem precedentes pelas cidades iraquianas e iranianas onde ocorreram cortejos fúnebres. Em Teerã, centenas de milhares participaram da procissão na segunda-feira. A polícia iraniana falou que milhões de pessoas participaram.
Soleimani, de 62 anos, era líder da poderosa Força Quds da Guarda Revolucionária iraniana, unidade de elite responsável pelo serviço de inteligência e por conduzir operações militares secretas no exterior. Para justificar o bombardeiro que matou o general, os Estados Unidos o acusaram de matar soldados americanos e de estar planejando a ataques a tropas do país. (Com agências internacionais)