A subserviência de Jair Bolsonaro em relação ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é tão escandalosa que chega a provocar náuseas em pessoas movidas pela coerência e pelo bom senso. No início da tarde desta quarta-feira (8), quando Trump iniciava seu pronunciamento sobre o conflito no Oriente Médio, após os ataques iranianos a duas bases militares utilizadas pelos Estados Unidos, Bolsonaro começou uma transmissão ao vivo pela internet, tendo ao fundo a imagem do presidente estadunidense em um televisor.
Ao final da transmissão nas redes sociais, Bolsonaro afirmou que “muitos acham que o Brasil deve se omitir aos acontecimentos” e aproveitou a ocasião para atacar o ex-presidente Lula. Nesta quarta, o petista criticou a posição do atual governo em relação a crise entre Irã e EUA, afirmando que “o momento não é adequado para o Brasil se meter em uma briga externa” e chamou Bolsonaro de “lambe botas do Trump”.
“Muitos acham que o Brasil deve se omitir nos tocantes aos conhecimentos… aos acontecimentos. Só quero dizer uma coisa, o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto presidente da República, esteve no Irã e lá defendeu que aquele regime pudesse enriquecer urânio acima de 20%, que seria para fins pacíficos”, disse Bolsonaro.
Durante a transmissão, Jair Bolsonaro passou o tempo todo sentado. Enquanto assistia ao discurso de Trump, marcou alguns trechos da Constituição brasileira, ressaltando que o Brasil tem como princípio das relações internacionais a “defesa da paz e o repúdio ao terrorismo”.
Como se fosse um ferrenho respeitador da legislação vigente no País, Bolsonaro afirmou “nós temos que seguir as nossas leis” e “não podemos extrapolar”. “Acredito que a verdade tem que fazer parte do nosso dia a dia, que nós queremos paz no mundo”, completou.
Se há no Brasil alguém que não tem moral para falar sobre a necessidade de a verdade estar presente no cotidiano, esse é Jair Messias Bolsonaro, que abusa da mitomania quando a pauta é proteger a família e esconder os escândalos envolvendo os apaniguados.
O presidente brasileiro é despreparado em muitos temas, como há muito afirma o UCHO.INFO, por isso não deveria se manifestar a respeito de assuntos complexos, como política internacional, por exemplo, porque o Brasil corre o sério risco de sofrer com os efeitos colaterais de declarações absurdas e populistas.
Se Bolsonaro insiste em agir como “cheerleader” de Trump, que o faça como cidadão comum, jamais como chefe do Estado brasileiro. Até porque, de sabujice e intolerância a sociedade não aguenta mais.