Em https://ucho.info/2020/01/30/movido-pela-frouxidao-bolsonaro-exonera-de-novo-o-exonerado-que-foi-reacomodado-na-casa-civil/, o UCHO.INFO afirmou que ao presidente Jair Bolsonaro só restava anunciar oficialmente a demissão de Onyx Lorenzoni da chefia da Casa Civil, pois na prática o despejo ocorreu na esteira do ziguezague que marcou as exonerações promovidas na pasta no período de 72 horas.
Em mais uma investida populista, até porque precisa impulsionar a popularidade, Bolsonaro demitiu o secretário-executivo da Casa Civil, José Vicente Santini, por ter utilizado um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar à Índia. Horas depois, por conta da interferência dos filhos do presidente da República – Flávio e Eduardo Bolsonaro –, Santini foi nomeado para outro cargo na Casa Civil, com direito a salário mensal R$ 300 menor do que o anterior.
Diante da repercussão negativa da recontratação, principalmente nas redes sociais, Bolsonaro anulou a nomeação de Vicente Santini, exonerou o interino da Casa Civil, Fernando Moura, e transferiu o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para o Ministério da Economia.
Quando destacamos que restava apenas anunciar a demissão de Lorenzoni, alguns bolsonaristas, que insistem em não enxergar o óbvio, passaram a nos criticar, afirmando que torcemos pelo “quanto pior, melhor”. Diferentemente do que afirmam esses détraqués, nosso compromisso com o bom jornalismo, sempre responsável e com base na verdade dos fatos, é inviolável e em nenhum momento esteve à venda, assim como jamais estará.
A demissão de Onyx Lorenzoni é uma questão de tempo, pois o presidente fritou publicamente o chefe da Casa Civil, sem a presença do assessor, que gozava férias nos Estados Unidos. Quando um governante adota essa prática é porque o cartão vermelho já foi tirado do bolso.
A nossa informação, anunciada com exclusividade, era tão verdadeira e consistente, que assessores palacianos buscam uma saída honrosa para Onyx Lorenzoni, como forma de não criar uma nova frente de batalha para o governo no Congresso Nacional, até porque, confirmada a demissão, o ainda chefe da Casa Civil reassumirá mandato parlamentar de deputado federal pelo Democratas do Rio Grande do Sul.
Uma das hipóteses, a menos provável, é dar a Lorenzoni a liderança do governo na Câmara dos Deputados, algo que não seria tão honroso como alegam os assessores presidenciais. Outra saída seria transferir Onyx Lorenzoni para o Ministério da Educação, que vive crise ininterrupta sob o comando do apasquinado Abraham Weintraub.
Considerando que Weintraub foi duramente criticado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que mostrou-se disposto a dificultar a aprovação de qualquer projeto enviado pelo ministro da Educação à Câmara dos Deputados, substituí-lo por Lorenzoni pode ser uma solução interessante para o governo. Apesar de ter passado mais de uma década no chamado “baixo clero”, Onyx Lorenzoni está no quarto mandato como deputado e é filiado ao mesmo partido do presidente da Câmara.