Órfão de compostura e freguês da cafajestice, Bolsonaro ataca jornalista da Folha com insinuação sexual

Não é de hoje que o UCHO.INFO afirma que Jair Bolsonaro é desprovido de competência e estofo para um cargo tão relevante como a Presidência da República, mas sua horda de apoiadores vai ao delírio cada vez que o presidente dispara algum destampatório.

Nesta terça-feira (18), a exemplo do que faz diariamente quando deixa o Palácio da Alvorada, Bolsonaro parou para ser adulado por insanos seguidores e aproveitou para despejar sandices sobre profissionais da imprensa, que, na opinião deste noticioso, não mais deveria aguardá-lo à saída da residência oficial da Presidência. Até porque, Bolsonaro jamais estaria na mídia por outro motivo, que não por causa do seu conhecido e torpe besteirol.

Diante da claque de aluguel que faz plantão na portaria do Palácio da Alvorada, o presidente da República atacou a jornalista Patrícia Campos Mello, da “Folha de S.Paulo”, e o fez de forma cafajeste ao recorrer à insinuação sexual para tentar denegrir uma das mais competentes e premiadas profissionais da imprensa nacional.

A investida sórdida e chauvinista de Bolsonaro contra a jornalista se deu na esteira do depoimento à CPMI das Fake News de Hans River do Rio Nascimento, que trabalhou para a empresa Yacows, acusada de usar de meio fraudulento para montar estrutura de disparo em massa de mensagens através do aplicativo WhatsApp.

Em dezembro de 2018, Patrícia Campos Mello fez excepcional matéria mostrando a estrutura criminosa a serviço de candidatos nas eleições daquele ano, inclusive o próprio Bolsonaro. No depoimento à CPMI, mesmo ciente do compromisso de dizer apenas a verdade, Hans afirmou que a jornalista insinuou-se sexualmente para obter informações exclusivas, o que já ficou comprovado ser uma monumental inverdade, já que os diálogos entre ambos foram gravados e registrados.

Aproveitando esse cenário tosco e típico de delinquentes intelectuais, o presidente da República, que desconhece o decoro do cargo, não pensou duas vezes para atacar Patrícia Campos Mello.

“Olha a jornalista da Folha de S.Paulo. Tem mais um vídeo dela aí. Não vou falar aqui porque tem senhoras aqui do lado. Ela falando: ‘Eu sou (…) do PT’, certo? O depoimento do Hans River, foi final de 2018 para o Ministério Público, ele diz do assédio da jornalista em cima dele”, disse o presidente, para em seguida, aos risos, fazer insultar a repórter, com direito a escancarada insinuação sexual.

“Ela queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim [risos dele e dos demais]. Lá em 2018 ele [Hans] já dizia que ele chegava e ia perguntando: ‘O Bolsonaro pagou pra você divulgar pelo WhatsApp informações?’ E outra, se você fez fake news contra o PT, menos com menos dá mais na matemática, se eu for mentir contra o PT, eu tô falando bem, porque o PT só fez besteira”, declarou Bolsonaro.

Em qualquer país sério e com autoridades providas de coragem e competência, Jair Bolsonaro já estaria no centro de um processo de impeachment por crime de responsabilidade, como prevê a Lei nº 1.079 (de 10 de abril de 1950), artigo 9º, item 7:

“Art. 9º São crimes de responsabilidade contra a probidade na administração:

7 – proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo.”

Como todo fascista que se preza, Bolsonaro não mede esforços nem consequência para calar aqueles que o contrariam. É preciso que a parcela pensante e de bem da sociedade brasileira dê um basta nesse aspirante a ditador, antes que seja tarde. O ataque sórdido e criminoso à jornalista Patrícia Campos Mello é inaceitável e merece repúdio à altura. Caso a sociedade adote o silêncio obsequioso diante de um ato como esse, o Brasil terá dado mais um perigoso passo na direção do retrocesso.