Totalitarista convicto, Bolsonaro ludibria a sociedade ao afirmar que “a democracia nunca esteve tão forte”

Jair Bolsonaro passou 28 anos no Parlamento, período em que exerceu sete mandatos de deputado federal, mas não conseguiu aprender a fazer política, algo que, estando no Congresso Nacional, não exige muito esforço. Bastaria que o agora presidente da República agisse como canta Zeca Pagodinho: “deixa a vida me levar”. Sem massa cinzenta para tanto, Bolsonaro permaneceu na Câmara dos Deputados esse tempo todo certamente porque nada tinha para fazer. Tanto é assim, que em quase três décadas conseguiu aprovar apenas dois projetos de lei, mas, mesmo assim, de conteúdos pouco relevantes.

Durante a corrida presidencial de 2018, o UCHO.INFO insistiu em afirmar, a exemplo do que fazemos agora, que Bolsonaro, se eleito, em algum momento daria um “cavalo de pau” na democracia. Não se trata de ter apreço pelo esquerdismo, como alega a horda bolsonarista quando nos ataca, mas de conhecer a trajetória de um parlamentar pífio que só ganhou destaque a reboque de polêmicas. Situação que vem se repetindo diariamente desde que Jair Bolsonaro chegou ao Palácio do Planalto.

Jair Messias Bolsonaro é um delinquente intelectual que acredita na tese boquirrota de que uma farda faz alguém melhor ou é a salvação do País. Aliás, farda alguma é capaz de salvar o que for, como ficou provado durante a era plúmbea, que se seguiu ao golpe militar de 1964.

Nesse interregno de tempo, que pela truculência durou uma quase eternidade, a barbárie correu solta em todos os quadrantes da nação, cenário defendido por Bolsonaro, que de forma recorrente afirma não ter havido golpe nem ditadura. Prova maior desse desvario é a forma como o presidente se refere ao tortura-geral da República, o facinoroso Carlos Alberto Brilhante Ustra, tratado como herói pelos detratores da democracia.

 
Na política, sabem os que a acompanha de perto e com frequência, inexiste coincidência. Por isso, as investidas de Bolsonaro contra a democracia são previamente estudadas e lançadas como balões de ensaio para medir a reação da opinião pública. Como uma ínfima parcela da sociedade, formada por ignaros abduzidos, endossa suas sandices, como estivessem a lamber o solado do coturno de um ditador, o atual chefe do Executivo avançou em seu projeto totalitarista.

Ciente de que avançar o sinal tem consequências, em sua maioria sérias, Bolsonaro, vez por outra, tem lampejos de falso bom-mocismo. Nesses momentos ele vale-se de frases prontas ou encomendadas a terceiros, usadas para passar a falsa sensação de que é um defensor da democracia. Foi o que aconteceu nesta quinta-feira (20), quando o presidente usou sua conta no Twitter para afirmar que “a democracia nunca esteve tão forte”.

Bolsonaro sabe que seu projeto totalitarista está à beira do despenhadeiro e que qualquer movimento em falso pode colocar tudo a perder, inclusive sua estada no Palácio do Planalto. O núcleo duro do governo, ao que parece, é formado por imbecis que chafurdam na lama do totalitarismo, pois os insistentes ataques aos Poderes constituídos não apenas provocam uma crise institucional perigosíssima, mas cria um cenário político favorável ao impeachment.

Depois de seguidos ataques ao Judiciário, onde uma ínfima banda prefere cultivar o desrespeito ao Estado de Direito, o governo Bolsonaro apontou seus canhões na direção do Legislativo. Em outras palavras, se Bolsonaro não estiver à frente de um grupo golpista, só resta concluir que são todos candidatos a suicidas.

Cabe-nos lembrar que a então presidente Dilma Rousseff foi apeada do cargo não por causa das “pedaladas fiscais”, que mesmo ilegais foram cometidas por outros presidentes, mas porque o ambiente político naquele momento era favorável ao impeachment. Bolsonaro está permitindo que o cenário político torne-se favorável à sua derrubada. E que ninguém pense que as Forças Armadas serão capazes de conter a vontade popular, pois militar algum passará para a história, mais uma vez, como golpista. Já basta o fardo de 64.