Avanço dos casos de coronavírus fora da China abala mercado financeiro global nesta segunda-feira

O aumento no número de casos de coronavírus (Covid-19) fora da China abalaram as principais Bolsas de Valores do planeta nesta segunda-feira (24), com os investidores temendo que a epidemia possa se alastrar, provocando maior impacto no crescimento da economia global. As organizações internacionais temem o aumento do número de novos casos especialmente na Coreia do Sul, Irã e Itália.

Em Milão, o índice FTSE/MIB recuou 5,3% após a Itália confirmar 7 mortes e informar que ao menos 190 pessoas foram diagnosticadas com o vírus, com parte do norte industrial do país praticamente em isolamento.

Nas bolsas de Frankfurt, Londres, França e Madri, as quedas chegaram a superar 3%. Segundo a agência Reuters, os mercados de ações europeus sofrem nesta segunda-feira a maior queda diária desde meados de 2016. As empresas aéreas ficaram entre os piores desempenhos, com EasyJet, Ryanair, Air France e Lufthansa caindo entre 7,4% e 12,6%.

Nos EUA, as bolsas de Nova York operam em queda de mais de 3%. Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou em queda de 0,4%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,28%. Já as bolsas de Hong Kong e Seul perderam 1,79% e 3,87%, respectivamente. Em Sydney, o índice S&P/ASX 200 recuou 2,25%.

O declínio das ações também acontece após reunião de ministros das finanças e chefes de bancos centrais das 20 maiores economias industriais, no qual as autoridades advertiram que o surto que começou na China está ameaçando descarrilar o crescimento mundial.

 
No Brasil, o mercado de ações e os bancos estão de folga devido ao carnaval e só reabrem na quarta-feira (26). Na sexta-feira, o dólar atingiu pela primeira vez R$ 4,40 e fechou a R$ 4,3926 na venda. Já o Ibovespa fechou em queda de recuou 0,79%, a 113.681 pontos, acumulando perda de 1,70% no ano.

O índice Dow Jones Brazil Titans 20 ADR, que reúne ações de empresas brasileiras negociadas em Nova York, registrava queda de mais de 4% nesta segunda-feira.

Petróleo cai e ouro avança

Em momentos de turbulência, os investidores internacionais migram para ativos considerados mais seguros, como o ouro, por exemplo, fazendo com que as cotações disparem. No caso do ouro, o preço valorizou mais de 2%, saltando para US$ 1.684,60 a onça (28,34 gramas), maior valor em 7 anos.

No contraponto, por volta das 12h20 (horário de Brasília), os preços do barril de petróleo recuavam mais de 4%. O Brent tinha queda de 4,29%, sendo negociado a US$ 55,99. Já o barril WTI recuava 4,12%, a US$ 51,18. Esse cenário se deve à expectativa de um recuo da economia global, o que fará com que ocorra uma queda no consumo de petróleo.

O rendimento dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos com prazo de 30 anos segue em queda, recuo de 1,886%, ante queda de 1,98% no final da última quinta-feira (20).

Já os contratos futuros de juros dos EUA, vinculados à reunião de julho do Federal Reserve (banco central norte-americano), refletiam probabilidade de mais de 80% de a taxa básica ser reduzida em ao menos 0,25 ponto percentual. Atualmente, a taxa está fixada em 1,50% e 1,75% após três cortes em 2019.