Após noticiar que Bolsonaro compartilhou vídeo, jornalista Vera Magalhães é atacada nas redes sociais

Quando o UCHO.INFO afirma que é preciso conter o movimento fascista que tenta impor no Brasil o pensamento burro e retrógrado da extrema-direita, não se trata de figura de linguagem nem revanchismo ideológico, arma tosca que o presidente Jair Bolsonaro usa para, escondendo a própria incompetência, atacar seus adversários políticos.

Valendo-se de métodos que remetem às mais absurdas ditaduras que já existiram no planeta, os apoiadores do atual presidente da República decidiram deflagrar nas redes sociais uma cruzada covarde e criminosa contra a jornalista Vera Magalhães, que na terça-feira (25) noticiou que Bolsonaro utilizou o próprio celular para compartilhar vídeo que convoca a população para um ato de protesto contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Os detratores bolsonaristas criaram uma conta falsa no WhatsApp e passaram a distribuir para outras redes sociais mensagens adulteradas. Como se não bastasse, os irresponsáveis, que desconhece o que é democracia, compartilharam um boleto de cobrança, datado de 2015, do colégio onde estudam os filhos da jornalista. Ou seja, os criminosos expuseram a família de Vera Magalhães, como se cada um deles tivesse responsabilidade pela reportagem que chacoalhou o Palácio do Planalto nesta quarta-feira de Cinzas. Além disso, a matéria de Vera Magalhães é baseada na verdade dos fatos e tem como prova um print da mensagem enviada por Bolsonaro.

“Divulgar este tipo de informação pessoal é um constrangimento e, embora possa não ser considerado uma ameaça do ponto de vista jurídico, é obviamente uma forma de ameaçar a jornalista. A divulgação de documentos é um método clássico de ameaçar ou incentivar alguém a atentar contra uma pessoa. Do ponto de vista da Abraji, é mais um ataque dos apoiadores do presidente contra jornalista. Pela recorrência, isso está se tornando uma questão crítica”, disse o presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Marcelo Träsel.

Esse tipo de comportamento é fruto dos seguidos ataques do presidente da República aos jornalistas e aos veículos de imprensa, como forma de tentar sufocar a divulgação de informações verdadeiras e que mostram de fato que chegou à Presidência da República. A questão não é defender esquerda ou direita, mas, sim, o jornalismo profissional, sempre responsável e ético.

Quem compartilha desse entendimento do UCHO.INFO acerca das investidas de Bolsonaro contra a imprensa é a presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Mari José Braga.

 
“A Fenaj vem reiteradamente condenando os ataques do presidente Bolsonaro e seus seguidores contra jornalistas. Infelizmente, a institucionalização dos ataques a jornalistas tem incentivado que mais agressões aconteçam. É um processo em cadeia. Quando o presidente da República faz um ataque contra jornalistas incentiva seus seguidores a fazerem o mesmo. É preciso que haja ação das empresas e, em caso de ataques individuais, também das vítimas na Justiça”, disse Maria José.

A devastadora delinquência intelectual de Jair Bolsonaro foi incorporada por seus seguidores e apoiadores, que, avessos ao contraditório, assim como o próprio presidente, agem como se fossem integrantes de milícias.

A deputada federal Alê Silva (PSL-MG) publicou mensagem no Twitter na qual afirma que a jornalista Vera Magalhães “também está louca para dar o … furo”. Na última semana, o presidente atacou de maneira torpe a também jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal “Folha de S.Paulo”, dizendo aos ignaros apoiadores que diariamente o aguardam na portaria do Palácio da Alvorada que a repórter queria “dar o furo”.

Se o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tiver coragem suficiente, determina ao Conselho de Ética da Casa a abertura de um processo contra Alê Silva por quebra de decoro.

Ciente de que incorreu em crime de responsabilidade, o que de chofre enseja pedido de impeachment com base na Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, Bolsonaro fingiu recuo em relação ao tema, mas terceirizou o ataque à imprensa, como se jornalistas não fossem dotados de massa cinzenta. Covarde contumaz, o presidente precisa ser contido o quanto antes, pois o Brasil caminha a passos largos na direção do totalitarismo.

O UCHO.INFO, desde já, apoia incondicionalmente as jornalistas Patrícia Campos Mello e Vera Magalhães, pois é inaceitável que a democracia seja aviltada diuturnamente por um grupelho que acredita ser dono do País. É preciso resistir!