Diante de perguntas sobre o PIB de 2019, Bolsonaro ataca jornalistas ao terceirizar seu viés palhaço

 
Há muito que o UCHO.INFO afirma que Jair Bolsonaro é desprovido de competência e estofo para ocupar cargo de tamanha relevância e responsabilidade como o de presidente da República. Dono de carreira política marcada por polêmicas e fanfarronices, Bolsonaro incrementou esse cenário depois de sua chegada ao Palácio do Planalto, possivelmente porque, estando presidente, passou a acreditar que se transformara em dono do Brasil.

Cada vez mais flertando como autoritarismo, o que não é novidade para quem sempre acompanhou sua canhestra trajetória política, o presidente insiste em atacar a imprensa sob a alegação de que é perseguido pelos jornalistas, o que não é verdade. Se Bolsonaro não sabe viver no ambiente democrático – ou tem dificuldades para tal – que peça para sair.

Bolsonaro, que durante a campanha eleitoral se apresentou ao País como a derradeira tábua de salvação para o cipoal de problemas que sacode a nação, não gosta de ser contestado ou contrariado, por isso abusa do deboche e da truculência no trato com a imprensa. Só adota o bom convívio com os profissionais e donos dos veículos de comunicação que lhe dedicam nauseante subserviência, que não é gratuita.

Na manhã desta quarta-feira (4), ao deixar o Palácio da Alvorada, Bolsonaro valeu-se de um humorista da TV Record para enfrentar as perguntas dos jornalistas sobre o péssimo desempenho da economia brasileira em 2019, já que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do ano passado ficou em mísero 1,1%, contra os 2,5% previstos inicialmente pelo governo.

 
O humorista Márvio Lúcio, conhecido por interpretar o personagem “Carioca”, reuniu-se com Bolsonaro durante café da manhã e, caracterizado como presidente da República, desceu do carro oficial e passou a oferecer bananas aos jornalistas, não sem antes tratar tema relevante com chistes e zombarias. O espetáculo degradante, acompanhado de perto por Jair Bolsonaro, que orientou o humorista no embate com os profissionais de imprensa, foi transmitido ao vivo nas redes sociais do presidente da República.

“PIB? O que é PIB? Pergunta para eles (jornalistas) o que é PIB”, sugeriu Bolsonaro ao humorista da emissora que se coloca de joelhos diante do governo. Na sequência, um jornalista que estava na saída do Palácio da Alvorada reforçou que a pergunta era para o presidente da República, não para o humorista. “Paulo Guedes, Paulo Guedes”, reagiu Márvio. “Posto Ipiranga”, sugeriu Bolsonaro ao humorista, rindo.

Ao perceberem que o presidente da República estava a patrocinar uma troça e não responderia às perguntas, os jornalistas, em sua extensa maioria, deram as costas, deixando Bolsonaro e o humorista falando sozinhos. Ao perceber a reação dos profissionais de imprensa, Bolsonaro, com semblante de quem fora surpreendido, despediu-se da súcia de apoiadores e entrou no carro oficial.

Jair Bolsonaro é um desqualificado conhecido que sofre de parvoíce irremediável e delinquência intelectual, algo que suas seguidas patacoadas confirmam sem deixar margens para dúvidas ou contraprovas. Sem dar o devido respeito à instituição que representa, a Presidência da República, Bolsonaro já deveria ser alvo de um pedido de impeachment por crime de responsabilidade, como prevê a Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950.

A ópera bufa organizada por Bolsonaro na portaria do Palácio da Alvorada para, mais uma vez, atacar os jornalistas, acontece um dia após o governo reeditar cartilha que trata do respeito aos profissionais de imprensa por parte das autoridades. Ou seja, o presidente, além de debochado, é um néscio com todas as letras e sem competência para ser palhaço.