Quando o UCHO.INFO afirma que o presidente Jair Bolsonaro, um incompetente confesso e desprovido de estofo para o cargo, é frouxo em relação aos próprios filhos, não se trata de perseguição jornalística, mas de simples constatação da realidade. E só deixa de enxergar esse cenário de frouxidão quem está disposto a ser enganado.
No rastro da crise diplomática com o governo de Pequim, que surgiu após o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usar sua conta no Twitter para culpar a China pela pandemia do novo coronavírus, o presidente da República se acovardou e não emitiu uma só palavra com o intuito de baixar a fervura.
A postura de Eduardo Bolsonaro, que agiu como “moleque de recado” de Donald Trump, levou preocupação ao núcleo duro do Palácio do Planalto, uma vez que a China é o principal parceiro comercial do Brasil há mais de uma década, além de ser o maior investidor direto no País. Para completar o desastre, o governo chinês foi o único que ofereceu ajuda ao Brasil no combate à Covid-19.
O embaixador da China em Brasília, Yang Wanming, não deixou por menos e foi à rede social para, rebatendo o ataque, afirmar que o filho do presidente da República pode ter contraído um “vírus mental” em sua recente visita a Miami.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, pediu desculpas ao governo chinês em nome da Casa legislativa e dos parlamentares, ressaltando que a boa relação entre os dois países deve ser mantida em alto nível e não pode ser maculada por atitudes impensadas.
“Em nome da Câmara dos Deputados, peço desculpas à China e ao embaixador @WanmingYang pelas palavras irrefletidas do Deputado Eduardo Bolsonaro. A atitude não condiz com a importância da parceria estratégica Brasil-China e com os ritos da diplomacia. Em nome de meus colegas, reitero os laços de fraternidade entre nossos dois países. Torço para que, em breve, possamos sair da atual crise ainda mais fortes”, escreveu Maia no Twitter.
No rastro da pasmaceira do presidente da República, que optou por silêncio obsequioso diante do incidente diplomático, coube ao vice Hamilton Mourão falar sobre o tema, até porque Bolsonaro não tem coragem de desautorizar os filhos, que continuam acreditando que são donos do Brasil.
“(A declaração) não é motivo de estresse, pois a opinião de um parlamentar não corresponde à visão do governo. Nenhum membro do governo tocou nesse assunto”, disse Mourão ao jornal “O Estado de S. Paulo”.
Em entrevista à “Folha de S.Paulo”, Hamilton Mourão reiterou que a fala do filho do presidente não representa a posição do governo, mas é importante lembrar ao vice-presidente que Bolsonaro continuará endossando os desvarios dos filhos.
“O Eduardo Bolsonaro é um deputado. Se o sobrenome dele fosse Eduardo Bananinha não era problema nenhum. Só por causa do sobrenome. Ele não representa o governo. Não é a opinião do governo. Ele tem algum cargo no governo?”, disse Mourão à Folha.
O fato de Eduardo Bolsonaro não ter cargo no governo é insuficiente para justificar mais uma patacoada da família presidencial, que insiste em decidir o futuro da nação, como se a sociedade fosse obrigada a se submeter a seus caprichos e loucuras.
Para provar que Eduardo Bolsonaro fala não apenas em nome do governo, mas acima de tudo em nome do presidente da República, o parlamentar acompanha o pai na maioria das viagens oficiais, com direito, inclusive, a participar de encontros reservados com chefes de Estado e de governo.