Após pronunciamento delirante de Bolsonaro, embaixada dos EUA pede que norte-americanos deixem o Brasil

 
O pronunciamento irresponsável e delirante de Jair Bolsonaro sobre o novo coronavírus, transmitido em rede nacional de rádio e televisão na noite de terça-feira (24), foi o que muitos chama de doloroso tiro no pé, além de ser uma demonstração de que o presidente aposta cada vez mais na antecipação da retomada da economia, sem se preocupar com a saúde da população.

Horas depois do pronunciamento de Bolsonaro, a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília publicou aviso para que todos os cidadãos norte-americanos que encontram-se ou vivem no Brasil retornem imediatamente.

Os Estados Unidos já haviam solicitado aos seus cidadãos no exterior que retornassem ao país em razão do avanço da pandemia do novo coronavírus. No comunicado divulgado na terça-feira, a embaixada norte-americana disponibilizou informações sobre opções de voos disponíveis do Brasil para os EUA.

A ação do governo americano é um duro golpe à decisão de Bolsonaro de, contrariando recomendações de especialistas em epidemiologia e infectologia e do próprio Ministério da Saúde, levar adiante a ideia proposta pelo “gabinete do ódio” (comandado por Carlos Bolsonaro) com foco em pronunciamento que apostou em absurdos que colocam a sociedade em risco.

 
Como sempre, o presidente da República culpou a imprensa por espalhar clima de “pavor”, que, segundo Bolsonaro, se deu através das notícias sobre o coronavírus na Itália. Além disso, o presidente criticou governadores e prefeitos por decretarem isolamento social em várias regiões do País, promovendo assim um cenário de “terra arrasada”.

No ápice da irresponsabilidade, Jair Bolsonaro defendeu a reabertura do comércio, o retorno das crianças às escolas e afirmou que devido a seu “histórico de atleta” no máximo, se contaminado pelo novo coronavírus, contrairá uma “gripezinha ou um “resfriadinho”.

Até terça-feira, os EUA haviam registrado 44.183 casos de Covid-19 e 544 mortes, de acordo com o mais recente balanço do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Enquanto Bolsonaro aposta todas as fichas contra a pandemia, pois sua preocupação é politizar a crise e pavimentar o caminho para disputar a reeleição, nos EUA ao menos 13 estados adotaram medidas de distanciamento social para conter o avanço do novo coronavírus. Segundo a rede de televisão CNN, cerca de 45% da população norte-americana já estaria contaminada.