“The Economist” critica postura de Bolsonaro diante do coronavírus e chama presidente de “BolsoNero”

 
Quando o UCHO.INFO afirmou em matéria anterior que no cenário internacional o presidente Jair Bolsonaro tornou-se alvo de chistes e galhofas, não o fez por picuinha ou perseguição, como sugerem alguns ensandecidos bolsonaristas, mas por constatar o que vem ocorrendo além das fronteiras nacionais. As medidas defendidas por Bolsonaro para enfrentar os efeitos da pandemia do novo coronavírus no País são tão absurdas, que o melhor em meio ao caos é rir para não chorar.

Em longo texto sobre o Brasil, a revista britânica “The Economist” afirmou que Bolsonaro, acertadamente chamado pela publicação de “BolsoNero”, brinca com a pandemia do coronavírus. O novo apelido do presidente é uma alusão ao imperador Nero, que em 18 de julho de 64 incendiou Roma e colocou a culpa nos cristãos.

Mencionando a frase “é apenas uma gripezinha”, dita pelo presidente há dias, a revista britânica ressaltou que o presidente brasileiro pode ser um potencial transmissor da doença, já quem no último dia 15 de março desrespeito a quarentena e participou dos protestos contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), com direito a selfies ao lado de fãs diante do Palácio do Planalto.

Que Jair Bolsonaro é um fanfarrão incorrigível todos os que acompanham a política brasileira sabem há décadas, mas não tem o direito de expor o País ao ridículo, como tem feito nas últimas semanas. Desde o surgimento do primeiro caso confirmado de Covid-19 no País, Bolsonaro vem tratando a pandemia com deboches e zombarias, tendo a doença ‘a “gravidez”, a uma “gripezinha” e a um “resfriadinho”. Além disso, afirmou que a pandemia é invenção da imprensa e fruto da histeria de governadores e prefeitos.

 
Movido pela delinquência intelectual, o que não é novidade, pois sua trajetória como parlamentar não deixa dúvida a respeito do assunto, Bolsonaro desautoriza a si mesmo ao tomar atitudes e decisões desconexas. Solicitou ao Congresso aprovação de estado de calamidade pública, mas em seguida declarou que em razão do seu “histórico de atleta” no máximo contrairia uma “gripezinha”.

Como se fosse especialista em epidemiologia e infectologia, cometeu o absurdo de sugerir a adoção do isolamento vertical, algo que, como esclarecemos em matéria anterior, seria uma forma de exterminar sumariamente parte da população brasileira, em especial a parcela mais pobre.

Bolsonaro é um irresponsável que não mais pode continuar na Presidência da República, pois, preocupado com seu projeto de reeleição, coloca a saúde da população em risco ao minimizar os perigos do novo coronavírus.

Por mais que integrantes do Ministério da Saúde apresentem diariamente nas entrevistas coletivas balanços atualizados sobre a situação do coronavírus no País, a população sequer tem conhecimento da verdade sobre a pandemia. Até porque, como afirmou o presidente do Hospital Albert Einstein, Sidney Klajner, para cada um caso diagnosticado do novo coronavírus há outros quinze sem diagnóstico

Por enquanto, como já ressaltamos, a Covid-19 é uma doença das classes mais abastadas, já que testes para o novo coronavírus são realizados sem ziguezagues nos hospitais privados. Como apenas 35% da população brasileira tem condições de custear planos privados de saúde, os outros 65% dependem do SUS, que dispensa maiores apresentações. Quando a verdade sobre o novo coronavírus vier à cena, a máscara de proteção há de cair!