Delinquente intelectual e preocupado com a reeleição, Bolsonaro duvida do número de mortes pela Covid-19

 
A delinquência intelectual de Jair Bolsonaro não tem limites e o presidente da República precisa ser interditado judicialmente, após uma junta médica avaliar sua sanidade mental. Não obstante, Bolsonaro deve ser responsabilizado civil e criminalmente por todas as mortes ocorridas na esteira da pandemia do novo coronavírus, assim como pelos danos causados às famílias das vítimas. Até porque, o presidente da República, contrariando as recomendações dos cientistas, dos especialistas em epidemiologia e infectologia e principalmente da Organização Mundial da Saúde (OMS) tem incentivado a população a desrespeitar o isolamento social e sair às ruas.

Nesse cenário de irresponsabilidade e torpeza política, causa espécie o silêncio, a pequenez e a inanição da Procuradoria-Geral da República, que em vez de se manifestar contra a enxurrada de sandices de Bolsonaro, permanece em berço esplêndido, como se tudo o que vem acontecendo a partir do Palácio do Planalto estivesse dentro da normalidade legal.

Empenhado em salvar seu projeto de reeleição, que derrete à medida em que a pandemia do novo coronavírus avança no País, Bolsonaro insiste em fermentar a política do enfrentamento, quando o momento exige união e liderança. Disposto a radicalizar a relação com seus eventuais adversários na corrida presidencial de 2022, o presidente continua atacando os governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro, João Dória Júnior (PSDB) e Wilson Witzel (PSC), respectivamente.

Na tarde desta sexta-feira (27), após o Ministério da Saúde atualizar os dados sobre o coronavírus no País, Bolsonaro colocou em xeque a veracidade dos números de mortes pelo vírus causar da Covid-19, sugerindo que os governos estaduais podem estar fraudando a causa dos óbitos para fazer uso político da situação. As declarações foram dadas por Bolsonaro, por telefone, ao jornalista José Luiz Datena, do sempre sensacionalista programa “Brasil Urgente”, da Band, emissora de televisão que é cliente de Fábio Wajngarten, chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Scom).

 
O presidente citou explicitamente o estado de Estado de São Paulo, governador por Dória, que tem o maior número de casos confirmados e de mortos em razão da Covid-19. “Não tô acreditando nesses números de São Paulo”, afirmou Bolsonaro, do alto da sua conhecida e devastadora ignorância.

Se há no País, no atual momento, fraude no número de casos do novo coronavírus e de mortes provocadas pela Covid-19, essa vem ocorrendo no âmbito do governo federal, algo que o UCHO.INFO denunciou no final de fevereiro. Hospitais públicos do Sistema Único de Saúde (SUS) recepcionam com desdém e irresponsabilidade paciente com múltiplos sintomas da Covid-19, mas são mandados de volta para casa sem qualquer diagnóstico ou realização de exame.

Este portal acompanhou uma paciente com vários sintomas da Covid-19 que foi ao Hospital São Paulo, na capital paulista, em busca de atendimento médico e tratamento. A postura dos médicos e profissionais de saúde foi aquém da protocolar, mas certamente foi criminosa se considerarmos a gravidade da pandemia que assola a nação. O UCHO.INFO fez matéria sobre o caso e denunciou ao Ministério da Saúde, que apenas cumpriu as normas internas de praxe, sem dar resposta à altura do problema.

Uma das mais renomadas e experientes pneumologistas do País, a médica Margareth Dalcolmo, da Fiocruz, afirma que “estão ocorrendo mortes por coronavírus sem diagnóstico na rede pública”. Relatos semelhantes ao da pneumologista surgem diariamente de todas as partes do País.

É importante salientar que se em meio a essa inédita e caótica experiência existe um interessado em minimizar a realidade dos fatos, este certamente é o presidente Jair Bolsonaro, que precisa sair desse episódio dantesco com o capital político intacto e na condição de herói dos ensandecidos que o aplaudem. É passada a hora de exigir a saída do presidente da República, antes que, como sempre afirmamos, a democracia brasileira seja alvo de um “cavalo de pau”. Atenção!