Coronavírus: mortes no País equivalem à queda de dois aviões lotados, mas bolsonaristas tratam com deboche

 
O cenário de abdução em que vivem os apoiadores de Jair Messias Bolsonaro no tocante à crise do novo coronavírus preocupa sobremaneira qualquer pessoa com doses rasas de coerência, já que ultrapassa as fronteiras do aceitável alguém que defenda o fim do isolamento com base em teorias absurdas e sem qualquer comprovação científica. Porque o presidente da República repete de forma insistente o que define o chamado “gabinete do ódio” não obrigatoriamente a nação deve adotar como regara a primeira sandice que surge no picadeiro oficial.

Como se fossem desprovidos de massa encefálica com capacidade mínima de funcionamento – alguns certamente são –, os aduladores de Bolsonaro fazem eco às palavras do líder da seita, propagando ideias absurdas e tentando impor à força e na base de insultos o que acreditam ser a verdade suprema.

Em relação ao isolamento social, única ferramenta eficaz até o momento para combater o novo coronavírus, os bolsonaristas não aceitam outra ideia, que não a decretação do fim do resguardo aplicado de forma horizontal. Além disso, defendem a tese absurda de que o vírus não existe ou, como diz Bolsonaro, “não é isso tudo”.

 
Esses cidadãos sequer levam em consideração o fato de que até o momento o Brasil tem 14 mil casos confirmados da doença, número que pode ser dez vezes maior – talvez quinze – em razão da não realização de testes em massa. Se prevalecer a tese de que para cada caso de Covid-19 confirmado há outros quinze sem diagnóstico, há no País perto de 200 mil casos de infecção pelo vírus SARS-CoV-2. Se essa falha ocorre no âmbito da identificação de casos de infecção, por certo ocorre também no que diz respeito aos óbitos, muitos dos quais sem causa mortis definida.

A ignorância devastadora que domina essa parcela da população faz com que qualquer cidadão minimamente inteligente perceba sem muito esforço o perigo que representa deixar o futuro do País nas mãos de uma figura paranoica como Jair Bolsonaro.

Para se ter ideia do grau de abdução em que se encontra a horda bolsonarista, até as 18h35 desta terça-feira (7), segundo dados compilados pelo Ministério da Saúde, o Brasil tinha 667 mortes decorrentes do novo coronavírus. Se comparado ao número de mortes em outros países, como China, Itália, Espanha e Estados Unidos, o contingente de óbitos no País em razão da Covid-19 não é tão assustador, por enquanto, mas é grave e merece a atenção das autoridades.

Apesar dessa forma debochada e desdenhosa de Bolsonaro e seus apoiadores tratarem a morte das vítimas do novo coronavírus no País, o número de óbitos registrados até o momento no Brasil equivale à queda de dois aviões transcontinentais, sem direito a sobreviventes, no espaço de três semanas. Mesmo assim, há aqueles que tratam a questão da pandemia do novo coronavírus como brincadeira.