Enquanto o presidente Jair Bolsonaro contraria as recomendações das autoridades sanitárias (nacionais e internacionais) em relação à pandemia de Covid-19, o novo coronavírus (SARS-CoV-2) continua fazendo estragos Brasil afora.
De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, 12 das 27 capitais brasileiras entraram em cenário de emergência por causa do número de casos da doença que até o momento já deixou mais de 120 mil mortos ao redor do planeta. O status dessas cidades é definido a partir do número de casos em relação à população local.
Atualmente, o cenário no novo coronavírus no País aponta incidência média de 111 casos confirmados para cada 1 milhão de habitantes. Contudo, o volume de contaminações está acima da média em 12 capitais: Fortaleza (573), São Paulo (518), Manaus (482), Macapá (391), Florianópolis (345), Recife (339), São Luiz (302), Rio de Janeiro (297), Vitória (279), Porto Alegre (210), Brasília (204) e Boa Vista (175).
Em outras seis capitais, a situação é de “atenção”: Curitiba (156), Natal (154), Rio Branco (147), Belo Horizonte (141), Salvador (126) e Belém (113). As demais nove capitais têm incidência de casos abaixo da média nacional. É o caso de Cuiabá, João Pessoa, Goiânia, Campo Grande, Aracaju, Palmas, Porto Velho e Maceió.
Considerando o índice de mortalidade por Covid-19, cinco unidades da federação – Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará – estão acima da média nacional, que é de seis óbitos para cada 1 milhão de habitantes.
A situação em relação aos casos de Covid-19 piora sobremaneira se levado em conta o fato de que há uma escandalosa subnotificação no País. Como tem afirmado o UCHO.INFO desde o início da crise do novo coronavírus no Brasil, a não realização de testes em larga escala mascara a real situação da doença em um país com dimensões continentais. Em matéria publicada nesta segunda-feira (13), este noticioso informou que pesquisadores concluíram que no Brasil os casos do novo coronavírus – confirmado e não notificados – passam de 245 mil.
O Ministério da Saúde tem alertado com frequência para a importância do isolamento social como forma de impedir o avanço da pandemia no País, mas o presidente da República insiste em adotar postura que despreza a ciência e prega o desrespeito ao confinamento. A violação do isolamento provocará em poucos dias, em especial nas cidades que enfrentam situação crítica no âmbito do novo coronavírus, o colapso no sistema de saúde, impedindo o atendimento médico-hospitalar aos infectados pelo vírus SARS CoV-2.
Preocupado com seu projeto de reeleição, Bolsonaro precisa ser responsabilizado pela escalada no número de mortes em função da disseminação exponencial do novo coronavírus. Deixá-lo impune é concordar com o populismo barato e chulo de um presidente que ao longo de quase dezesseis meses só praticou a política do enfrentamento, em vez de governar para todos os cidadãos.