Covid-19: com 474 novas mortes em 24 horas, Brasil já contabiliza 5 mil óbitos pelo novo coronavírus

 
Quando o primeiro caso de Covid-19 foi registrado no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro tratou o assunto com desdém e deboche. O tempo passou e o chefe do Executivo ousou afirmar que a doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) não passava de “gripezinha” ou “resfriadinho”.

Diferentemente do pensa Bolsonaro, que insiste em contrariar a ciência e os especialistas em saúde, a Covid-19 é uma doença grave e preocupante que já infectou mais de 3 milhões de pessoas e fez mais de 214 mil mortos ao redor do planeta.

De acordo com o mais recente balanço da doença no Brasil, o número de pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus no País subiu para 71.886 e o total de mortes já chega a 5.017. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde na tarde desta terça-feira (28). No último balanço do governo federal, divulgado na segunda-feira, o total de infectados chegava a 66.501, com 4.543 mortes confirmadas.

O número de mortes por Covid-19 anunciado nesta terça-feira é o maior já registrado em um único dia desde o início da epidemia no Brasil. Em comparação com os dados divulgados na segunda-feira, a quantidade de mortos aumentou 10,4%, com 474 óbitos notificados.

Em relação ao número de casos confirmados, trata-se da segunda maior quantidade de registros em 24 horas no País. De segunda para terça-feira, foram mais 5.385 novos casos de Covid-19, um crescimento de 8,1% de um dia para o outro.

Os cinco estados da federação com o maior número de casos confirmados são: São Paulo (24.041), Rio de Janeiro (8.504), Pernambuco (5.724), Ceará (6.918) e Amazonas (4.337). Em número de óbitos, os cinco estados a liderarem esse ranking são: São Paulo (2.049), Rio de Janeiro (738), Pernambuco (508), Ceará (403) e Amazonas (351).

 
Número de mortes é muito maior na cidade de SP

Como afirmou o UCHO.INFO logo no início da epidemia do novo coronavírus no País, o número de casos confirmados da doença, e consequente número de mortes, era muito menor do que o anunciado. Isso porque a não realização de testes em massa impede visualizar o avanço da doença e identificar o número exato de pessoas infectadas pelo vírus. Além disso, muitos óbitos são registrados como de causa desconhecida, o que possivelmente esconde mortes provocadas pelo coronavírus.

Confirmando nossas matérias, uma análise do epidemiologista Paulo Lotufo, da Universidade de São Paulo (USP), com base em dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde da cidade de São Paulo, o número de mortes pelo novo coronavírus na capital paulista é 168% maior do que o anunciado oficialmente.

O número de mortes provocadas pela pandemia de Covid-19 no município de São Paulo está na realidade 168% acima do contingente atribuído oficialmente ao novo coronavírus, revela uma análise do epidemiologista Paulo Lotufo, da USP, que usou como referência dados do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade (PRO-AIM).

Esse quadro é fruto da subnotificação de casos, o que provoca um balanço da doença que não condiz com a realidade. Quando o UCHO.INFO publicou matéria alertando para o perigo das subnotificações e cobrando providências do Ministério da Saúde, alguns aduladores do governo acusaram-nos de alarmismo, a exemplo do que faz com certa insistência o presidente Jair Bolsonaro.

Atualmente, o número de casos do novo coronavírus no Brasil é pelo menos 10 vezes maior do que o anunciado oficialmente pelo governo federal. Sendo assim, o País tem hoje mais de 700 mil casos da doença, o que sugere que o número de mortes é muito maior do que anunciado.