Morre no Rio de Janeiro, por Covid-19, o jornalista, diretor de teatro e produtor de cinema Jesus Chediak

 
Morreu nesta sexta-feira (8), no Rio de Janeiro, vítima de Covid-19, o jornalista, produtor de cinema e diretor teatral Jesus Chediak. Diretor de Cultura da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e curador da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Rio, Chediak, 78 anos, estava internado na UTI do Hospital Assim do Méier, na Zona Norte da capital fluminense. Após complicações cardíacas decorrentes da infecção pelo novo coronavírus, o jornalista não resistiu.

De acordo com a assessoria do hospital, Chediak foi internado na última segunda-feira (4) com problemas respiratórios e transferido para a unidade intensiva na terça (5), após exames constatarem o quadro de Covid-19.

Jesus Chediak também foi secretário de Cultura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e diretor da Casa França-Brasil. O município de Duque de Caxias lamentou a morte de Chediak e declarou luto oficial por três dias na cidade.

Jesus Chediak foi roteirista dos filmes “Os Viciados”, de 1968, e de “Banana Mecânica”, de 1974. Atuou nos filmes “A Lenda de Ubirajara”, de 1975, “Ladrões de Cinema”, de 1977, e “As Borboletas Também Amam”, de 1979. Ele foi produtor e diretor de “Parto Para a Liberdade — Uma Breve História de Pedro Aleixo”.

 
A família Chediak é ligada às artes. Um irmão de Jesus Chediak, o produtor musical Almir Chediak, assassinado em 2003 durante um assalto, produziu songbooks de João Donato, João Bosco, Chico Buarque e Toquinho.

O presidente da ABI, Paulo Jeronimo Sousa, lamentou a perda do companheiro de tantas lutas na Casa do Jornalista, e o fato de não poder se despedir do amigo, nesses tempos tão difíceis. “Em tempos normais, faríamos o velório na própria ABI, que era a sua casa. É muita tristeza”, disse ele, acrescentando:

“Perdemos hoje um grande companheiro, Jesus Chediak, diretor cultural da ABI, jornalista, escritor, cineasta, dramaturgo e professor. Enfim, um homem plural. Eu, particularmente, estou arrasado. Estivemos juntos nas últimas quatro campanhas pela direção da ABI. Era muito mais que um amigo; era um irmão. E o mais devastador é que não podemos nem sequer nos despedir dele. Em tempos normais, faríamos o velório na própria ABI, que era a sua casa. É muita tristeza. Manifesto, em meu nome, em nome da minha família e em nome de todos os seus companheiros de militância e de convívio fraterno na ABI, o mais profundo pesar por esta perda desoladora. Estamos solidários com a dor de sua mulher, Glorinha, e de seus filhos. Que nosso querido Jesus Chediak descanse em paz”.

Jesus Chediak deixa a esposa Glória Chediak, também jornalista, e quatro filhos já adultos: Paloma, Tiago, Julian e Neelash.