Incipiência do “auxílio emergencial” colaborou para a disparada do número de mortos pela Covid-19

 
O desastre provocado pela pandemia do novo coronavírus no Brasil é fruto da irresponsabilidade genocida do presidente Jair Bolsonaro, que continua ignorando a necessidade maior de se salvar vidas, enquanto aciona seu discurso boquirroto em favor da retomada da economia. O presidente insiste na tese insana e covarde de que “devemos abrir o emprego porque o efeito colateral ao combate ao vírus não pode ser mais danoso que o próprio remédio”.

Terceiro colocado no ranking de países com maior número de mortos pela Covid-19, o Brasil enfrenta, além da pandemia, a peçonha de um governo comandado por político psicótico, adulado por ministros e assessores toscos e subservientes.

A disparada do número de mortos e infectados pelo vírus SARS-CoV-2 é resultado da falta de sensibilidade do presidente da República e do ministro da Economia, Paulo Guedes, que teimam em minimizar o perigo que representa abandonar a parcela mais pobre e desassistida da população à própria sorte.

Movido por uma sanha ideológica muito além de doentia, Bolsonaro deixa patente em suas declarações sua intenção de terceirizar a responsabilidade pelas mortes decorrentes da Covid-19. O presidente empurra a todo momento essa responsabilidade a governadores e prefeitos, que têm capitaneado a guerra contra um inimigo letal e desconhecido.

 
Além da falta de centralização e cooperação no combate ao novo coronavírus, o governo Bolsonaro peca enormemente ao não colocar nas mãos do cidadão dinheiro em quantidade suficiente para que esse não seja obrigado a sair de casa em busca da própria sobrevivência. Diante da inoperância do governo e da insensibilidade de Bolsonaro e Guedes, o brasileiro desassistido arrisca-se ao sair às ruas para driblar a carestia. Prova maior é o assustador número de infectados pelo coronavírus, contingente que extrapola com folga os dados oficiais por causa da subnotificação.

Esse cenário, emoldurado por mais de 34 mil mortes pelo coronavírus, mostra de forma inequívoca que o programa de auxílio emergencial é um fiasco monumental, pois disponibilizar recursos aos cidadãos e viabilizar “oxigênio” às pequenas e médias empresas é garantir uma retomada da economia menos traumática. Contudo, a preocupação reinante no Palácio do Planalto é com o equilíbrio fiscal, já que para Bolsonaro morrer é o destino de cada um.

É importante ressaltar que a proposta inicial do governo era fixar o auxílio emergencial em R$ 200, pelo período de três meses, valor elevado para R$ 600 após interferência dos deputados federais e senadores, que ao defenderem um montante maior acabaram obrigando o presidente da República a ceder, mesmo sem reconhecer a tragédia anunciada. Além disso, faz-se necessário ressaltar que a desorganização que marca o processo de pagamento do auxílio é outro ingrediente macabro da epopeia liderada pelo novo coronavírus.

Resumindo, se as gestões federal, estaduais e municipais tivessem se unido no combate ao novo coronavírus – algo impossível porque Bolsonaro está focado na própria reeleição – e o governo central disponibilizasse a cada cidadão recursos que garantissem a permanência em casa por mais tempo, por certo a tragédia teria sido menor. O resultado seria ainda melhor se o bloqueio total tivesse disso adotado em todo o País logo início da crise do coronavírus.

O mais impressionante é que o governo Bolsonaro abocanhou R$ 83 milhões do programa Bolsa Família para financiar campanhas publicitárias que exibem os feitos (sic) de uma gestão míope e autoritária. Em outras palavras, tanto dinheiro para anunciar o quê? Afinal, nada foi feito em benefício do cidadão até o momento.