Facebook derruba contas e páginas falsas relacionadas ao PSL e a gabinetes da família Bolsonaro

 
O cerco se fecha no entorno do presidente Jair Bolsonaro, que se elegeu na esteira da disseminação de informações falsas contra adversários e, instalado no Palácio do Planalto, passou a fermentar o discurso de ódio, os ataques à democracia e às instituições e incentivou a cizânia no País.

À sombra desse cenário que remete ao neofascismo, o Facebook anunciou, nesta quarta-feira (8), a remoção de uma rede de contas e páginas ligadas ao Partido Social Liberal (PSL) e a gabinetes da família Bolsonaro. Também foram eliminadas contas na rede social Instagram, todas ligadas, direta ou indiretamente, à família do presidente da República.

De acordo com a empresa, tais contas estavam envolvidas com a criação de perfis falsos e “comportamento inautêntico”, páginas e pessoas agem conjuntamente para ludibriar outros usuários sobre quem são e o que fazem.

Apesar de os responsáveis pelas páginas terem ocultado as respectivas identidades, as investigações do Facebook detectaram conexões de pessoas vinculadas ao PSL e a alguns dos servidores dos gabinetes do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos -RJ), do presidente Jair Bolsonaro. Também foram identificados servidores dos gabinetes dos deputados estaduais Anderson Moraes e Alana Passos, ambos do PSL fluminense.

O padrão do Facebook durante as investigações é mirar “no comportamento, e não no conteúdo – independentemente de quem esteja por trás dessas redes, qual conteúdo elas compartilhem, ou se elas são estrangeiras ou domésticas”.

A empresa não apenas derrubou as contas desses usuários, mas removeu de forma automática alguns dos conteúdos publicados pelo grupo, por violação às regras da rede social e também por discurso de ódio.

 
O Facebook informou que ao longo das investigações foi possível identificar que os usuários do grupo valiam-se de uma combinação de contas em duplicidade e contas falsas para evitar a violação das regras da rede. Isso explica as inúmeras mensagens que circularam “in box” na rede social alertando para que os usuários não aceitassem pedidos de amizade em duplicidade.

A empresa só conseguiu chegar aos fraudadores a partir de notícias veiculadas na imprensa e de informações obtidas durante audiência no Congresso Nacional, onde está em curso a CPI das Fake News, assunto que vem tirando o sono do presidente Jair Bolsonaro pela possibilidade de os filhos serem denunciados.

A empresa informou que foram removidas 35 contas, 14 páginas e 1 Grupo no Facebook, além de 38 contas no Instagram. Pelo menos 883 mil pessoas seguiam uma ou mais dessas páginas no Facebook, enquanto outras 917 mil seguiam contas do grupo no Instagram. A investigação descobriu que 350 pessoas integravam o grupo.

Segundo a empresa, os conteúdos publicados eram sobre notícias e eventos locais, incluindo política e eleições, meme políticos, críticas à oposição, organizações de

Além de derrubar perfis de usuários do Brasil, o Facebook removeu contas nos Estados Unidos, Ucrânia, Canadá e Equador.

Para quem, de forma recorrente e no vácuo da vitimização, critica a prática de disseminação de notícias falsas, Bolsonaro não apenas é uma ode à mitomania, mas deveria ser responsabilizado por consentir com esse expediente criminoso, o qual incentiva. Afinal, algumas das contas removidas tinha relação com integrantes do chamado “gabinete do ódio”, cujo comando é creditado a Carlos Bolsonaro e que funciona no Palácio do Planalto às custas do suado dinheiro do contribuinte. Mesmo assim, o presidente ousa falar em democracia.