(*) Gisele Leite
A nova guerra fria já tem slogan pronto: Kung Flu. E desta vez, os rivais são EUA e a China. Aliás, Trump determinou 72 horas para os representantes diplomáticos da China se retirarem dos EUA. O ataque as empresas chinesas de tecnologia tais como Huawei e a Tik Tok já começou.
Trump pediu que o consulado chinês em Houston fosse fechado. Enfim, se a guerra fria original prevaleceu na segunda metade do século XX, atualmente, o conflito traz para pugilato a disputa de modelos econômicos. Reconheçamos que a China tem sido capaz de disputar hegemonia através de notáveis progressos tecnológicos.
E, a China certamente irá superar os EUA em PIB (Produto Interno Bruto). Destaca-se também que o regime chinês está avançando sobre Hong Kong, o que viola acordo de garantia da manutenção de uma democracia na ilha e, com isso, acelera-se a opressão sobre as minorias étnicas.
Caracterizar o regime chinês é tarefa complexa e, não é possível rotulá-lo como comunista. Há mais de setenta anos, o Partido Comunista assumiu o poder na China, encerrando longo período de guerra civil, sob a liderança de Mao Tsé-Tung, quando anunciou o nascimento de nova nação: a República Popular da China.
Depois do Grande Salto Para Frente, deu-se notável processo de industrialização. O PIB chinês atual é somente superado pelo dos EUA, mas em termos de paridade de poder de compra (PPP) é o país mais rico do mundo.
Possui igualmente o setor bancário mais rico e com maior total de ativos, desponta o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC). Como gigante comercial produz e exporta mais que qualquer outro país, contando com 119 empresas constantes na lista das quinhentas maiores empresas do mundo, segundo a Revista Fortune de 2019.
Segundo a organização de direitos humanos Human Rights Watch, o governo chinês “mantém controle rígido sobre a internet, os meios de comunicação e a academia”. Também “persegue comunidades religiosas” e “detém arbitrariamente defensores dos direitos humanos”.
No entanto, quando o país é analisado pela perspectiva econômica, é outra história. “Economicamente, a China está hoje mais próxima do capitalismo do que do comunismo”, disse à BBC Kelsey Broderick, analista especializada em China da consultoria Eurasia Group. Trata-se de um capitalismo estatal o que vem a exacerbar a guerra comercial travada entre China e EUA.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos da nova guerra fria. Não bastasse o coronavírus, novos desafios nos assediam.
(*) Gisele Leite – Mestre e Doutora em Direito, é professora universitária.
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