Salim Mattar deixa o Ministério da Economia “atirando” e confirma matérias do UCHO.INFO sobre corrupção

 
O UCHO.INFO afirmou, em diversas ocasiões, que o presidente Jair Bolsonaro era “mais do mesmo” e que nos subterrâneos do atual governo a corrupção estava a correr solta, a exemplo do que acontecia em gestões anteriores. Bolsonaro elegeu-se agarrado a um discurso moralista, defendendo restauração da ética na política e o combate à corrupção, mas o que se viu nos últimos dezoito meses foi exatamente o contrário.

Se antes do apoio do Centrão a corrupção já ziguezagueava nas coxias do poder central, depois da aliança com o bloco partidário o governo Bolsonaro passou a conviver com o que há de pior em termos de governança, apesar dos salamaleques moralistas que descem a rampa da sede do Palácio do Planalto de forma insistente.

Na política brasileira, essa porção legislativa acostumou-se ao banditismo viabilizado pelo mandato eletivo, como se avançar sobre o suado dinheiro do contribuinte fosse permitido. Não é preciso doses extras de raciocínio para concluir que o Centrão aliou-se ao governo não por patriotismo, mas para manter o ritmo bandoleiro de sempre. Basta conferir o currículo de alguns dos líderes do Centrão, todos encalacrados em escândalos de corrupção.

Esse cenário de degradação ética é novamente confirmado, agora pelo empresário Salim Mattar, que na terça-feira (11) deixou a Secretaria Especial de Desestatização e Privatização, órgão que está no “guarda-chuva” do Ministério da Economia.

 
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Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Mattar disse que o establishment não quer as privatizações para não acabar com o “toma lá dá cá” e o “rio da corrupção”. Fundador da empresa de locação de veículos Localiza, o empresário afirmou que continuará apoiando Bolsonaro, mas destacou seu descontentamento com as resistências para o avanço das privatizações, principalmente da Casa da Moeda e dos Correios. Mattar admitiu na entrevista que a venda dos Correios pode demorar mais de dois anos, caso de fato aconteça. Na iniciativa privada, disse, seria vendida em no máximo 90 dias.

Correta, a visão de Salim Mattar é típica de quem passou a maior parte do tempo na inciativa privada, onde não existe pressões externas de todos os matizes. Na política, o jogo é diferente e assustadoramente bruto, o que faz com que interesses escusos proliferem por toda parte. É preciso compreender o jogo político antes de imaginar ser possível mudar o que permanece imutável há décadas.

No momento em que Bolsonaro depende de apoio parlamentar para não ser apeado do cargo na esteira de um processo de impeachment, algo que já deveria estar em andamento, o preço cobrado pelos apoiadores é tão alto quanto espúrio. Isso significa concordar com a manutenção do status quo criminoso, ou seja, com a “velha política” que o presidente da República tanto criticou, e endossar a ação nada republicana de partidos aliados, sempre vorazes.

Como se estivesse a confirmar as muitas matérias do UCHO.INFO, Salim Mattar afirmou: “O que mais vi na Esplanada é que o Estado deseja se proteger contra o cidadão. Não há interesse do Estado servir ao cidadão. Temos um Leviatã bem maduro aqui no Brasil”.

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