Premier da Nova Zelândia adverte que surto de Covid-19 deve “piorar antes de melhorar”

 
A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, afirmou, na quinta-feira (13), que a situação “deve piorar antes de melhorar” em Auckland, principal cidade do país, após mais 13 casos de infecção local por pelo novo terem sido detectados.

O novo surto na cidade foi identificado na terça-feira, interrompendo uma sequência de 102 dias sem identificação de casos de transmissão local no país. Inicialmente, quatro pessoas de uma mesma família testaram positivo.

A identificação desses quatro casos levou o governo a decretar um novo “lockdown” em Auckland, cidade de cerca de 1,7 milhão de habitantes. Restaurantes e bares foram fechados e somente pessoas que desempenham atividades essenciais têm autorização para ir ao trabalho. Lares de idosos também foram isolados em todo o país.

Posteriormente, o rastreamento de contatos identificou mais 13 infectados, elevando o total para 17. Um dos infectados é um estudante de uma escola, parente do grupo de quatro infectados originais, o que provocou a suspensão das aulas na instituição de ensino.

“Mais uma vez, somos lembrados de como esse vírus é ardiloso e como pode se espalhar facilmente”, disse a premiê. “Agir de maneira dura e cedo ainda é o melhor curso de ação”, completou.

“Como todos nós aprendemos com nossa primeira experiência com a Covid, depois que você identifica um cluster, ele cresce antes de diminuir. Devemos esperar que esse seja o caso aqui”, disse Ardern em coletiva de imprensa em Wellington. “Podemos ver a gravidade da situação em que nos encontramos. Ela está sendo tratada de maneira urgente, mas calma e metódica.”

Além dos 13 casos de infecção local em Auckland, o governo reportou na quinta-feira mais um caso importado para o país, ou seja, de uma pessoa que chegou infectada do exterior.

 
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Rastreamento

Inicialmente, o novo “lockdown” em Auckland tem previsão de acabar nesta sexta-feira (14), mas há expectativa de que seja prorrogado até que o governo descubra qual foi a fonte original do novo surto.

Uma suspeita levantada na quarta-feira envolveu uma empresa de refrigeração de alimentos chamada Americold. Um dos quatro infectados originais trabalha na firma, localizada na região leste de Auckland. No total, três funcionários da empresa testaram positivo para o novo coronavírus. Sete parentes desses funcionários também foram infectados.

Membros do governo chegaram a levantar a possibilidade de que vírus tenha sido introduzido na empresa por meio de uma carga vinda de outro país, já que o novo coronavírus permanece mais tempo ativo em ambientes refrigerados. No entanto, o diretor-geral de Saúde neozelandês, Ashley Bloomfield, disse nesta quinta-feira considerar esse cenário “bastante improvável”.

Já o vice-premiê Winston Peters disse a uma emissora de televisão australiana que recebeu informações não oficiais de que o surto está ligado a uma violação de quarentena.

A Nova Zelândia, com uma população de cerca de 5 milhões de habitantes, teve pouco 1.500 casos confirmados de Covid-19 desde fevereiro. Antes do novo surto, o último diagnóstico local havia sido identificado em 1° de maio. Ao todo, 22 pessoas morreram no país.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a reação do país de exemplar por “eliminar com sucesso a transmissão na população”.

No início da pandemia, a Nova Zelândia fechou suas fronteiras e impôs uma quarentena estrita de um mês de duração logo após o início do primeiro surto. O primeiro caso no país foi detectado em 28 de fevereiro de 2020. (om agências internacionais)

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