Covarde e descontrolado, Bolsonaro age como porteiro de casa de alterne e chama jornalistas de “bundões”

 
Qualquer brasileiro com um mínimo de bom-senso e lógica de pensamento sente vergonha de ter na Presidência da República alguém como Jair Bolsonaro, um incompetente e desqualificado que continua agindo como candidato a ditador.

Depois de minimizar a atuação da Câmara dos Deputados para manter o veto ao reajuste salarial dos servidores públicos, Bolsonaro disse, em discurso no Rio Grande do Norte, na última sexta-feira (24), que é “imbrochável” em termos políticos.

Com uma persistente e quase doentia necessidade de provar sua macheza, o presidente afirmou que sua alegada virilidade não se faz presente apenas no campo da política. “Na política eu sou imbrochável. Não é só na política não, porque eu tenho uma filha de 9 anos de idade que foi feita sem aditivo”, declarou Bolsonaro.

Em 6 de fevereiro deste ano, Bolsonaro usou o termo “imbrochável” ao provocar os jornalistas que faziam plantão diante do Palácio da Alvorada. “Não estou preocupado com reeleição. Podem continuar escrevendo [incompreensível]. Não vou brochar para atender vocês [jornalistas] pensando em reeleição. Eu sou imbrochável”, afirmou.

Um discurso como o proferido em terras potiguares é mais adequado ao porteiro do lupanar da esquina do que para um chefe de Estado, mas Bolsonaro insiste em transformar seu conhecido bestiário em atalho para ser notícia, não importando se o noticiário lhe seja desfavorável. Isso porque o importante é continuar fermentando a ira e o devaneio de sua radical base de apoiadores, como forma de supostamente garantir a reeleição.

No domingo (23), o presidente não conseguiu manter a farsa do interesseiro estilo “paz e amor” e voltou a atacar a imprensa, desta vez com grave e covarde ameaça a um jornalista que lhe questionou sobre os R$ 89 mil depositados por Fabrício Queiroz e a mulher na conta bancária da primeira-dama Michelle Bolsonaro.

“A vontade é encher tua boca com uma porrada”, reagiu o chefe do Executivo ao ser questionado pelo jornalista de “O Globo”, que cumpria exercia o ofício dentro dos parâmetros democráticos e da liberdade de imprensa. Como Bolsonaro não aceita ser contrariado e irrita-se com questionamentos sobre assuntos polêmicos envolvendo a família, a reação será sempre essa.

 
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Apesar da vasta repercussão internacional de sua ameaça ao jornalista e da reação de entidades da sociedade civil, Bolsonaro ignorou a polêmica e retomando seu perfil de tiranete voltou a atacar a imprensa nesta segunda-feira (24), durante o evento “Brasil vencendo a Covid-19”, como se isso fosse a suprema verdade.

Enquanto o negacionismo de Bolsonaro atenta contra a verdade dos fatos, o Brasil registra mais de 3,6 milhões de casos de Covid-19, número que pode ser sete vezes maior em razão da baixa testagem para a doença. Com 209,5 milhões de habitantes, o Brasil realizou até julho passado 13,3 milhões de testes para Covid-19, ou seja, foram testados 6,3% da população. Desse total de testes, menos de 40% são do tipo RT-PCR, capaz de identificar se o vírus está ativo no corpo humano, além de detectar infecções e rastrear contatos.

Nesta segunda-feira, na cerimônia que teve lugar Palácio do Planalto, Bolsonaro referiu-se Bolsonaro se referiu aos profissionais de imprensa quando relatava que, na década de 70, salvou um colega do Exército.

“Era um jovem aspirante do Exército Brasileiro [em 1978 quando salvou um colega], tinha 23 anos, sempre fui atleta das Forças Armadas. Aquela história de atleta, né, que o pessoal da imprensa vai para o deboche, mas quando pega [Covid-19] num bundão de vocês, a chance de sobreviver é bem menor”, atacou o presidente.

“Só sabe fazer maldade, usar a caneta com maldade, em grande parte. Tem exceções, né, como aqui o Alexandre Garcia [jornalista]. A chance de sobreviver é bem menor do que a minha”, acrescentou o presidente, que não consegue desvencilhar-se da sua devastadora delinquência intelectual.

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