Bolsonaro chama jornalistas de “bundões” e diz que o País vence a Covid-19, mas o filho Flávio testa positivo

 
Na segunda-feira (24), médicos adularam o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, durante o evento “Brasil vencendo a Covid”, como se isso fosse uma verdade. O novo coronavírus continua contaminando e provocando mortes em todo o País, mas Bolsonaro aproveitou o evento para mais uma vez defender o uso da hidroxicloroquina no tratamento contra a doença.

Sempre com um discurso tosco pronto para se vociferado, Bolsonaro, sem mencionar os mais de 115 mil óbitos pela Covid-19, disse que mortes teriam sido evitadas se o uso da hidroxicloroquina não tivesse disso politizado. Pelo que se sabe, o próprio presidente da República politizou não apenas o uso do fármaco, mas também o combate à pandemia. “Se a hidroxicloroquina não tivesse sido politizada, muitas vidas poderiam ter sido salvas”, declarou.

Para não perder a viagem, Bolsonaro chamou de “bundões” os profissionais de imprensa, ao relatar episódio em que salvou um colega de quartel. “Era um jovem aspirante do Exército Brasileiro [em 1978 quando salvou um colega], tinha 23 anos, sempre fui atleta das Forças Armadas. Aquela história de atleta, né, que o pessoal da imprensa vai para o deboche, mas quando pega [Covid-19] num bundão de vocês, a chance de sobreviver é bem menor”, atacou o presidente.

 
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Nesta terça-feira (25), menos de 24 horas depois de mais um deprimente espetáculo marcado por destampatórios presidenciais, o senador Flávio Bolsonaro, primogênito do presidente da República, anunciou, por meio de sua assessoria, que testou positivo para a Covid-19. Ele é o quarto membro da família de Jair Bolsonaro a ser infectado pelo novo coronavírus.

Segundo assessores, o senador está em isolamento em sua residência em Brasília e faz uso de hidroxicloroquina e azitromicina, medicamentos cuja eficácia contra a Covid-19 não foi comprovada cientificamente.

No início de agosto, o Ministério Público Federal (MPF) pediu abertura de inquérito para apurar possível superfaturamento na compra de insumos para fabricação dos comprimidos de cloroquina pelo Exército brasileiro.

O processo investigatório apura também a responsabilidade direta do presidente da República na decisão de aumentar expressivamente a produção de cloroquina “sem que haja comprovação médica ou científica de que o medicamento seja útil para o tratamento da Covid-19”, afirma o pedido do MPF.

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