Articulações e escambo nos bastidores da política do RJ após afastamento de Witzel ser confirmado pelo STJ

 
Confirmado, por 14 votos a 1, pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STF), o afastamento do governador do Rio de janeiro, Wilson Witzel (PSC), traz de carona um bisonho enxadrismo político que avança nos bastidores do poder fluminense.

Apenas para reforçar nosso posicionamento em relação ao caso, o STJ não poderia julgar o afastamento de Witzel sem que a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) tivesse analisado e endossado a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), como prevê a Constituição estadual em seu artigo 147.

Com a decisão de manter Witzel afastado por seis meses, o STJ não apenas confirmou a interinidade do vice-governador Cláudio Castro, mas abriu caminho para articulações políticas canhestras que poderão mudar o rumo de algumas investigações, a começar pelo inquérito que apura o escândalo das “rachadinhas” e tem na proa ninguém menos que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz.

Por mais que pareça estranho o cenário que ora abordamos, em dezembro próximo o governador interino Cláudio Castro indicará, a partir de lista tríplice, o novo procurador-geral do Estado, que será o timoneiro do Ministério Público fluminense, onde tramita as investigações do escândalo de retenção de parte dos salários dos servidores do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

 
Levando em consideração que o governo do Rio de Janeiro encontra-se no funil da renovação do acordo que estabeleceu o regime de recuperação fiscal, assunto que deve ser tratado com o governo federal, não causará surpresa se a investigação sobre as malfadas e criminosas “rachadinhas” em algum momento sofrer uma reviravolta.

Para reforçar esse cenário, Flávio Bolsonaro, em conversa com o governador interino, colocou-se à disposição para ajudar na solução do caso. Além disso, Cláudio Castro, que repercutiu nas redes sociais a oferta do senador, vem defendendo o diálogo, a começar com o Palácio do Planalto.

No contraponto, a decisão desta quarta-feira (2) do STJ pode acelerar a denúncia do MP fluminense contra o filho do presidente da República e o ex-assessor Fabrício Queiroz, no âmbito do inquérito das “rachadinhas”, já que os promotores responsáveis pelo caso sinalizaram que já concluíram a apuração dos fatos. Afinal, os investigadores sabem que nas coxias do poder a pressão é descomunal e o jogo político é bruto e pesado.

Em outro vértice do “imbroglio” político que chacoalha o Rio de Janeiro mais uma vez, o escárnio será potencializado se a Operação Tris In Idem, desdobramento das operações Placebo e Favorito, que culminou com o afastamento de Witzel, não avançar sobre Cláudio Castro, alvo de ação de busca e apreensão determinada pelo mesmo STJ.

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