A farmacêutica AstraZeneca informou nesta terça-feira (8) que interrompeu temporariamente o estudo de sua vacina contra a covid-19 desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, enquanto investiga um possível efeito colateral grave em um paciente.
A fase final dos testes da vacina, uma das candidatas mais promissoras do mundo, é realizada também no Brasil, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
“Como parte dos testes globais controlados e randomizados em andamento da vacina de Oxford contra o coronavírus, nosso processo de revisão padrão foi acionado e voluntariamente pausamos a vacinação para permitir a revisão dos dados de segurança por um comitê independente”, afirmou um porta-voz em comunicado.
A empresa não deu detalhes sobre a suposta reação adversa, chamando-a apenas de uma “doença potencialmente inexplicada”. A farmacêutica deverá agora apurar se o efeito colateral observado no voluntário possui, de fato, alguma relação com a vacina.
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O site de notícias Stat, especializado em saúde e tecnologia, revelou em primeira mão a suspensão temporária dos testes, afirmando que o incidente ocorreu com um voluntário no Reino Unido. O porta-voz da AstraZeneca, que mais tarde confirmou a pausa nas pesquisas, disse que a vacinação será interrompida nos Estados Unidos e nos demais países participantes.
Em agosto, a empresa começou a recrutar 30 mil pessoas nos Estados Unidos, em seu mais abrangente estudo da vacina. Milhares de pessoas estão sendo testadas também no Reino Unido, enquanto projetos menores são realizados no Brasil e na África no Sul.
Suspensões temporárias de grandes estudos médicos não são incomuns. Investigar qualquer reação grave ou inesperada é parte obrigatória dos testes de segurança. A AstraZeneca destacou a possibilidade de a reação adversa ser uma coincidência, já que doenças de todos os tipos podem surgir em estudos envolvendo milhares de pessoas.
“Estamos trabalhando para agilizar a revisão do evento único para minimizar qualquer potencial impacto no cronograma de testes”, informou a farmacêutica no comunicado.
O incidente ocorre no mesmo dia em que a AstraZeneca e outras oito farmacêuticas se comprometeram, de forma conjunta e pouco usual, a defender os mais altos padrões éticos e científicos no desenvolvimento de suas vacinas contra a covid-19. Entre as demais signatárias estão Pfizer, Johnson & Johnson, Merck, Moderna, Sanofi e BioNTech. (Com agências internacionais)
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