Flávio Bolsonaro não cansa de alegar inocência no caso das “rachadinhas”, mas “foge” de acareação no MPF

 
Quando o UCHO.INFO afirma – faz isso desde a campanha presidencial de 2018 – que o presidente Jair Bolsonaro é o que se conhece na política como “mais do mesmo”, status que vale para seus filhos, não o faz por sem embasamento, mas tendo a constatação dos fatos como referência.

No escopo do escândalo das “rachadinhas”, Bolsonaro ainda deve explicações, como por exemplo, a origem dos R$ 40 mil emprestados a Fabrício Queiroz e os motivos que levaram o ex-assessor parlamentar a depositar R$ 89 na conta bancária da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Apesar da ausência de explicações, o presidente alega inocência e diz que a exploração do caso é fruto de perseguição política.

O mesmo se aplica ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), um dos pivôs do esquema criminoso de retenção de parte dos salários dos funcionários do seu então gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, cuja operação estava a cargo de Queiroz.

Flávio, que alega inocência e diz ser vítima de perseguição política, ainda não conseguiu provar a licitude de sua evolução patrimonial, assim como continua devendo explicações sobre os depósitos e saques na conta de uma franquia de chocolate de sua propriedade.

Se a inocência é a bandeira maior da família Bolsonaro, o senador fluminense não deveria ter faltado à acareação marcada pelo Ministério Público Federal (MPF) para esta segunda-feira (21) com o empresário Paulo Marinho, que acusou o parlamentar de ter sido informado com antecedência sobre a Operação Furna da Onça, o que lhe permitiu exonerar Fabrício Queiroz, como também aconteceu com Nathália Queiroz, filha do ex-assessor e que estava lotada no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, em Brasília, enquanto atuava profissionalmente como “personal trainer” no Rio de Janeiro.

 
Flávio Bolsonaro já havia anunciado que não compareceria à acareação, ocasião em que poderia demonstrar sua alegada inocência, que está cada vez mais difícil de ser constatada pelos investigadores.

Ao chegar na sede do MPF no Rio de Janeiro, Paulo Marinho foi informado de que Flávio não participaria da acareação e aproveitou para mais uma vez provocar o senador. “Alguém mentiu, né? E não fui eu”, disse Marinho.

Flávio Bolsonaro cumpriu agendas no estado do Amazonas, nesta segunda-feira, e, segundo sua defesa, não compareceu ao MPF-RJ porque, na condição de senador, tem a prerrogativa de escolher data e local da acareação. O parlamentar, segundo seus advogados, deseja que o encontro com Paulo Marinho ocorra em 5 de outubro, em Brasília.

Jair Bolsonaro e os filhos foram eleitos à sombra das promessas de resgate da ética na política e do combate à corrupção, mas o tempo mostrou que tudo não passava de embuste de campanha. Apesar disso, o clã presidencial reage com galhofas e truculência verbal toda vez que se vê emparedado pela realidade dos fatos.

Flávio Bolsonaro, ao insistir em postergar e dificultar o esclarecimento do esquema das “rachadinhas”, parece mostrar ao País que de inocente nada tem. No momento em que Fabrício Queiroz for mandado de volta ao presídio, uma eventual delação premiada mandará a soberba da família do presidente da República pelos ares.

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