Desemprego cresce 27,6% em quatro meses de pandemia e mostra a inoperância do governo Bolsonaro

 
Antes de o novo coronavírus desembarcar no Brasil, onde fez até o momento mais de 138 mil vítimas fatais, o ainda ministro Paulo Guedes disse que a economia brasileira estava em “pleno voo”. Para quem entende minimamente de aviação ou é dotado de doses rasas de bom-senso, “pleno voo” significa que o processo de decolagem foi concluído e a partir desse pontoa viagem será em velocidade de cruzeiro e nas alturas. A declaração de Guedes fez com que os desavisados acreditassem que a economia nacional havia se recuperado da crise e estava com força total.

Com o advento da crise de Covid-19, o desemprego no Brasil registrou alta de 27,6% em quatro meses de pandemia, informou nesta quarta-feira (23) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em maio, o contingente de desempregados era de 10,1 milhões, mas em agosto saltou para 12,9 milhões. Em comparação com julho, a taxa de desocupação no País subiu de 13,1% para 13,6%.

Além do avanço do desemprego, a pesquisa do IBGE apontou a redução, de 44,1% para 43,9%, do número de domicílios que recebeu entre julho e agosto algum auxílio relacionado à pandemia.

 
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No início de setembro, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o auxílio emergencial será reduzido para R$ 300 por quatro meses, o que não significa que todos os beneficiados receberão quatro parcelas até 31 de dezembro. Nos primeiros cinco meses do programa, o auxílio emergencial foi de R$ 600 mensais.

Com a redução no valor do benefício e o fim do auxílio emergencial, a taxa de desemprego tende aumentar, já que muitos brasileiros sairão em busca de uma veja de trabalho, cenário que poderá ser ainda mais favorecido pela flexibilização das medidas restritivas impostas aos brasileiros em razão da pandemia.

O índice de desempregados seria muito maior caso o Congresso Nacional tivesse aceitado passivamente a proposta do governo Bolsonaro de conceder auxílio emergencial no valor de R$ 200 e por apenas três meses. Considerando que a pandemia do novo coronavírus faz estragos no País há sete meses, não é difícil imaginar o que teria ocorrido se a proposta do governo tivesse sido aprovada.

É importante ressaltar que o valor do auxílio foi majorado por iniciativa do Congresso, que propôs R$ 500, forçando o presidente Jair Bolsonaro a aumentar o valor em R$ 100 (foi para R$ 600), evitando uma derrota política impactante. Além disso, não se pode esquecer que Paulo Guedes propôs, nas primeiras semanas da pandemia, a suspensão temporária dos contratos de trabalho, sendo o que o trabalhador permaneceria afastado e sem direito a salário.

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