Após aventar possível fraude na eleição, Trump defende republicanos que instalaram urnas falsas na Califórnia

 
Quem acompanha com atenção a reta final da corrida à Casa Branca, sede do Executivo dos Estados Unidos, já percebeu que o presidente Donald Trump, em desvantagem nas pesquisas de intenção de voto, está disposto a tudo para eventualmente conter seu adversário, o democrata Joe Biden. O mandatário americano já disse que caso saia derrotado da disputa por um novo mandato, não aceitará o resultado da eleição e recorrerá à Suprema Corte sob a alegação de fraude.

Em sua desesperada investida contra Biden, que abriu vantagem de 17 pontos nas pesquisas, Trump saiu em defesa, nesta quarta-feira (14), de republicanos da Califórnia, que admitiram ter instalado no estado mais de 50 urnas eleitorais falsas, rotuladas como oficiais. “Lutem com vontade, republicanos duros”, escreveu Trump no Twitter, com link para um artigo sobre a ordem de remoção das urnas fraudulentas.

O secretário de Justiça da Califórnia, Xavier Becerra, deu ao Partido Republicano prazo até quinta-feira (15) para que as urnas falsas sejam removidas dos locais onde foram instaladas – proximidades de igrejas, lojas de armas e escritórios do partido.

“Enganar os eleitores é errado, independentemente de quem o esteja fazendo”, disse Alex Padilla, secretário de Estado da Califórnia, em teleconferência com jornalistas, lembrando que urnas falsas “não são permitidas pela lei”.

 
Para uma legenda cujo candidato fala em fraude eleitoral, como forma de minimizar sua eventual derrota, o Partido Republicano é um atentado ao bom-senso. Hector Barajas, porta-voz do partido na Califórnia, disse que a legenda continuará instalando urnas falsas, mas sem o rótulo de oficiais. Barajas admitiu a responsabilidade do partido em relação às urnas fraudulentas ao não saber como responder às perguntas formuladas por profissionais da imprensa.

De acordo com o porta-voz dos republicanos da Califórnia, a instalação das urnas falsas não pode ser considerada ilegal, pois a legislação estadual não proíbe a “coleta de votos”, ou seja, permite que terceiros recolham cédulas dos eleitores. “Não há nada em qualquer lei ou regulamento que indique que as caixas de coleta de organizações privadas não são permitidas”, disse Barajas.

Reduto do Partido Democrata, o estado da Califórnia deve garantir os 55 votos locais para Biden no colégio eleitoral. O que explica o desespero dos republicanos, a ponto de recorrerem a ações criminosas e que atentam contra a democracia com forma de reduzir o fiasco em que se transformou a campanha de Donald Trump pela reeleição.

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