Estado Islâmico reivindica autoria dos ataques a tiros em Viena; polícia austríaca prende 14 suspeitos

 
O grupo jihadista Estado Islâmico (ISIS) – Daesh, em árabe – reivindicou a autoria dos tiroteios coordenados em Viena, na noite de segunda-feira (2). Autoridades austríacas afirmaram nesta terça-feira (3) que o autor do atentado, morto pela polícia, era um simpatizante do grupo terrorista e natural da Macedônia do Norte.

Em nota divulgada nas redes sociais, o ISIS destaca “um soldado do califado” como o responsável pelos tiroteios ocorridos perto de uma sinagoga e da Ópera de Viena. Segundo o comunicado, o terrorista dirigiu-se a “alguns grupos atacando-os com uma arma automática e faca”.

Com uma foto do agressor armado, a agência de propaganda Amaq identifica o criminoso pelo nome de guerra “Abu Dayena al Albani”, que indica sua origem albanesa. “Fontes de segurança disseram ao Amaq que um combatente do Estado Islâmico atacou grupos no centro da cidade de Viena na noite passada (…) e confrontou membros da polícia que compareceram ao local”, segundo a nota.

Abu Dayena foi condenado a 22 meses de prisão em 2019 por tentar viajar à Síria para unir-se ao grupo Estado Islâmico. Autoridades austríacas identificaram o terrorista como Kujtim Fejzulai, 20 anos, nascido na Áustria e filho de pais albaneses da Macedônia do Norte.

Em um vídeo, enquanto portava as três armas com as quais realizaria o ataque, o extremista jurou lealdade ao novo líder do Estado Islâmico, Abu Ibrahim al Qurashi, sucessor de Abu Bakr al Baghdadi, assassinado há um ano.

O ministro do Interior, Karl Nehammer, anunciou que 14 suspeitos foram detidos após os ataques e descartou a participação de um segundo atirador.

Como mencionado, os tiroteios começaram próximo à sinagoga e se espalhou por outros seis locais. Foram nove minutos de tensão e pânico na capital austríaca, no momento em que os vienenses já tinham deixado o trabalho e voltavam para casa.

 
Na manhã desta terça-feira, grande parte do centro de Viena continuava isolada para a perícia trabalhar nos locais dos ataques, o que poderá revelar informações adicionais sobre o atentado.

Os tiroteios começaram próximo a uma sinagoga e se espalhou por outros seis locais, inclusive a Ópera de Viena. Foram nove minutos de tensão e pânico na capital austríaca, no momento em que os vienenses voltavam para casa.

O chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, classificou o atentado como “repugnante ataque terrorista”. “Nunca nos deixaremos intimidar pelo terrorismo e combateremos esses ataques por todos os meios”. De acordo com o chanceler, as vítimas do ataque são um casal de idosos, um pedestre jovem e uma garçonete.

O rabino da comunidade judaica de Viena, Schlomo Hofmeister, disse não saber se a sinagoga era alvo do ataque: “O edifício estava fechado e o bairro é o mais movimentado da cidade”.

O rabino presenciou os tiros da janela do seu apartamento, localizado próximo à sinagoga. “O homem correu em direção aos clientes dos bares com sua arma”, afirmou Hofmeister. “O tempo estava bom e era véspera do confinamento, sem dúvida ele aproveitou a situação para provocar um banho de sangue”.

Em 1981, duas pessoas foram mortas e 18 ficaram feridas durante ataque cometido por dois palestinos na mesma sinagoga nos arredores da qual aconteceu o ataque de segunda-feira. Nos últimos anos, a Áustria vinha sendo poupada de ataques em grande escala, como os ocorridos em Paris, Berlim e Londres.

A Áustria decretou três dias de luto nacional. O presidente Alexander van der Bellen e outras autoridades participaram de cerimônia em homenagem às vítimas. Policiais e militares fizeram a proteção de prédios importantes da capital. Por precaução, crianças não foram à escola.

Impactados pelo atentado, os moradores de Viena acabaram não se lembrando do novo lockdown, que entrou em vigor nesta terça-feira para tentar conter a segunda onda de Covid-19 na Europa. (Com agências internacionais)

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