Misógino, bolsonarista Bibo Nunes chama deputadas de “histéricas” e lança o neologismo “deputérica”

 
O pensamento rançoso que embala o grupo político do presidente Jair Bolsonaro chega a ser nauseante, tamanha é a ignorância de seus integrantes. O mais novo episódio da ópera bufa em que se transforou a chegada de Bolsonaro ao Palácio do Planalto tem como protagonista o deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS), que nesta quinta-feira (3) destilou intolerância e misoginia ao discursar na Câmara.

Nunes referiu-se às deputadas como “histéricas” e aproveitou o chulo episódio para lançar o neologismo “deputéricas”, com que se referiu às parlamentares logo na sequência. A fala do deputado bolsonarista revoltou as mulheres parlamentares e provocou críticas da bancada feminina da Câmara, que promete levar o caso ao Conselho de Ética.

“Deputadas histéricas, vou criar um neologismo: “deputérica”. Quando eu falar “deputérica”, estarei me dirigindo a uma Deputada histérica, que não tem posicionamento, que não tem bom senso e que não se enquadra dentro do decoro parlamentar”, disse Bibo Nunes durante o processo de votação da Medida Provisória nº 996/20, que institui o programa habitacional “Casa Verde e Amarela” e não contou com o apoio dos partidos de oposição.

Deputadas federais não demoraram a rebater a fala de Bibo Nunes, que poderá enfrentar dificuldades no Conselho de Ética, já que seus discursos ultrapassam com folga as fronteiras do bom-senso e do respeito ao próximo, talvez porque o parlamentar gaúcho queira agradar o presidente da República com sabujice torpe.

 
Líder do PSOL na Câmara, a deputada Sâmia Bomfim (SP) rebateu a declaração do colega gaúcho. “Um deputado da base do governo foi à tribuna para chamar as mulheres deputadas de histéricas e as ofendeu, nos ofendeu, desqualificou completamente o nosso papel no debate político, na intervenção parlamentar e ainda criou um apelido ridículo, indecoroso, machista e inadmissível”, disse.

“Nós não vamos parar de nos posicionar e de ocupar cada vez mais espaços na política. Ele vai ter, sim, que nos ouvir, ainda que não goste. Isso não pode mais acontecer. É necessário respeito às mulheres deputadas”, completou Sâmia.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que é médica de formação, lembrou que pessoas histéricas têm distúrbios emocionais ou psíquicos. “Parece-me que é o deputado quem precisa de tratamento, porque isso se chama misoginia, aversão às mulheres. Isso é uma forma de agressão, de falta de decoro. Isso merece, de fato, uma análise do Conselho de Ética”, disse a parlamentar fluminense.

A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) usou sua conta no Twitter para criticar Bibo Nunes. “É inadmissível que um parlamentar, em plena sessão, chame deputadas da oposição de “histéricas” e “deputéricas”. A discordância e o debate são da democracia. Via Secretaria da Mulher, denunciaremos a fala e postura machista de @bibonunes1 à Corregedoria e Comissão de Ética”, escreveu Tabata.

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