Bolsonaro antecipa etapa da reforma ministerial e demite Marcelo Álvaro Antônio, do Turismo

 
Por mais que Jair Bolsonaro tenha afirmado durante a campanha de 2018 que seu governo ficaria distante do que ele próprio chama de “velha política”, é quase impossível ficar longe do status quo político que tem levado o País a seguidas crises. Isso porque a política brasileira, assim como em várias partes do planeta, tem seu ritmo, o que permite antecipar fatos.

Na tarde desta quarta-feira (9), o presidente da República demitiu o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), após desentendimento com o chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. A demissão de Marcelo Álvaro estava programada para o início de 2021, até porque Bolsonaro precisa de ministérios vagos para oferecer ao sempre ávido Centrão, mas a degola aconteceu antes do previsto porque no poder as oportunidades não podem ser desperdiçadas.

Para substituir o demitido, Bolsonaro escolheu o presidente da Embratur, Gilson Machado, que ficará no cargo temporariamente, até a reforma ministerial ser efetivada. Nessa dança de cadeiras que Bolsonaro promoverá em breve, outro nome na lista das demissões é o do ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni.

O entrevero entre Marcelo Álvaro e Luiz Eduardo Ramos surgiu no grupo de WhatsApp da equipe ministerial. O ministro do |Turismo acusou Ramos, amigo do presidente da República de longa data, de estar negociando sua cadeira na Câmara dos Deputados.

 
Em mensagem compartilhada com os integrantes do grupo, Álvaro Antônio referiu-se a Ramos como “traíra” e disse que o general age de “de forma covarde” e ataca “sem parar” os apoiadores ideológicos do presidente.

Marcelo Álvaro também destacou em mensagem que Ramos, como militar, deveria saber que não se entrega um “companheiro de guerra aos inimigos” e que não se pode “atirar na cabeça de um aliado”.

O tom crítico das mensagens foi o bastante para Bolsonaro demitir o ministro do Turismo, que retomará o mandato de deputado federal pelo PSL mineiro. Além disso, Marcelo Álvaro, que é protagonista do escândalo das candidaturas laranjas em Minas Gerais, não deixará saudades.

Por conta desse imbróglio, o ministro demissionário foi indiciado pela Polícia Federal por falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa, crimes que têm penas de cinco, seis e três anos de prisão, respectivamente.

Marcelo Álvaro esteve ministro até então porque foi um dos que carregaram Bolsonaro após o ataque a faca em Juiz de Fora, em 6 de setembro de 2018, durante evento de campanha. Ferido no abdômen, o presidenciável foi levado até um carro e na sequência transferido para a Santa Casa da cidade mineira.

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