Ainda em cima do palanque eleitoral, do qual deveria ter descido ao final de 2018, o presidente Jair Bolsonaro coleciona seguidos tropeços nos campos políticos e econômicos, sem se preocupar com a carestia enfrentada pelo trabalhador brasileiro em meio a uma crise múltipla e preocupante.
Com o fim do auxílio emergencial, instituído na primeira fase da pandemia de Covid-19, o brasileiro aguarda o escancaramento da tragédia social que assola o País em todo os seus quadrantes, em especial nas regiões Norte e Nordeste, onde a miséria em breve voltará a pautar o cotidiano.
Se ter como entregar à população as promessas de campanha, Bolsonaro tem como alternativa insistir na aprovação de pautas relacionadas aos costumes, como forma de agradar os eleitores evangélicos e a banda mais radical dos seus insanos apoiadores
No que tange à economia, a inflação de 2020 alcançou a marca de 4,52%, acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central (BC), que era de 4%, mas dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Diferentemente dos dados oficiais, a inflação real com a qual os brasileiros se deparam no dia a dia é muito maior e mais assustadora. Principalmente quando o assunto é a compra de alimentos.
De acordo com levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo “alimentação e bebidas” registrou inflação de 14,09% em 2020. Isso significa que o brasileiro, que há muito enfrenta sérias dificuldades para sobreviver, teve de se acostumar com menor poder de compra nas idas ao supermercado.
Desde os primórdios do governo Bolsonaro, o UCHO.INFO alerta para o fato de que o presidente da República e a equipe econômica nada fizeram para minimizar a difícil situação do trabalhador, que diariamente tem sua dignidade vilipendiada pela inépcia que reina soberana no Palácio do Planalto.
Para alguns economistas, o fato de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, ter ultrapassado o centro da meta não é motivo para pânico, mas o novo valor do salário mínimo (R$ 1.100,00) é preocupante. Aliás, o reajuste do piso salarial vigente no País não conseguiu acompanhar o ritmo da inflação. Cálculos feitos por especialistas apontam que o salário deveria ser majorado em R$ 2,00 para acompanhar o índice de inflação.
Quem conhece minimamente a realidade do País sabe ser impossível sobreviver nas grandes cidades brasileiras com salário tão baixo. Alguém há de dizer que nos municípios menores esse valor tem algum poder de compra, mas a maioria da população brasileira concentra-se em grandes cidades, onde o custo de vida é maior. Ou seja, é preciso olhar para o Brasil como um todo, não de forma isolada para amainar a incompetência de um governo populista e desbaratado.
Para que o leitor consiga avaliar a extensão da tragédia, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) fixou em R$ 5.300,00 o salário ideal em todo o País. Em outras palavras, o piso salarial instituído pelo governo equivale a 20,75% do salário ideal.
Com o auxílio emergencial fora da cena econômica desde 31 de dezembro, a tragédia social será ainda maior, pois milhões de brasileiros tinham esses recursos como única fonte de renda.
Além disso, como sempre afirma este portal de notícias, há algo grave e errado na economia quando o salário mínimo é pouco para quem recebe e muito para quem paga. Mesmo assim, o teórico Paulo Guedes continua acreditando ser o último gênio da raça.
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