O democrata Joe Biden toma posse nesta quarta-feira (20) como presidente dos Estados Unidos, em cerimônia em Washington sem precedentes na história norte-americana. A pandemia e o clima de tensão gerado após a recente invasão do Congresso, em 6 de janeiro, tornaram os arredores do Capitólio uma região fantasma.
Cerca de 25 mil soldados da Guarda Nacional fazem a segurança do Capitólio, da Casa Branca e dos arredores, que estão protegidos por um anel de barricadas e cercas altas.
O centro de Washington foi dividido em zonas “verdes” e “vermelhas”, de acordo com o nível de restrições a que estão submetidas. Isso despertou comparações na imprensa local com a ocupação americana em Bagdá.
Nesta quarta, todas as etapas da posse serão realizadas on-line – e sem o atual presidente. Donald Trump, diferentemente de quase todos os seus antecessores, não participará da cerimônia.
Em vez de um desfile pela Avenida Pennsylvania, haverá um memorial no Cemitério Nacional de Arlington. Em vez de bailes, haverá festas pelo Zoom. Em vez de centenas de milhares se reunindo nos arredores do Capitólio e no National Mall, haverá milhares de membros da Guarda Nacional.
O discurso: apelo à união
A união será o tema principal do discurso de posse do presidente eleito. Segundo fontes ligadas ao democrata, ele vai estender a mão “a todos os americanos” para que superem as profundas divisões do país. O discurso deve durar de 20 a 30 minutos, um pouco mais longo do que o feito há quatro anos na posse de Trump, que durou 16 minutos.
Donald Trump optou por não comparecer à posse, tornando-se o primeiro presidente a fazê-lo desde Andrew Johnson, em 1869. A tradição de um presidente ir à posse de seu sucessor começou com George Washington e projeta para o país e para o mundo que os EUA estão fazendo a transição para uma nova liderança em paz.
O governo Trump estará representando pelo seu vice, Mike Pence, que já ligou para sua sucessora, Kamala Harris, dando-lhe os parabéns pela vitória nas eleições de 3 de novembro. Trump até hoje não parabenizou Biden.
Biden e Harris pediram aos apoiadores que fiquem em casa por causa da pandemia. O National Mall, amplo parque na capital, está fechado, e apenas uma pequena parte dos ingressos normalmente entregues para uma posse será distribuída.
Membros da Guarda Nacional afastados
Cerca de 200 mil pequenas bandeiras dos EUA foram instaladas no National Mall, representando aqueles que não podem comparecer. Alguns legisladores de ambas as partes indicaram que não comparecerão por motivos de segurança, após o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio.
Doze membros da Guarda Nacional foram afastados das funções relacionadas com a posse de Biden, dois deles por expressarem sentimentos antigovernamentais, segundo os funcionários do Departamento de Defesa.
Dois dos membros foram removidos por causa de textos nas mídias sociais que faziam comentários ameaçadores às autoridades políticas. O Pentágono não especificou a natureza exata das ameaças.
Shows e presença de outros antecessores
Sem público, o evento será praticamente virtual, acompanhado por um programa que será transmitindo ao vivo por vários canais televisivos. Ele será conduzido pelo ator Tom Hanks, e a cantora Lady Gaga cantará o Hino Nacional.
Haverá também shows de artistas como Justin Timberlake, Jon Bon Jovi, Demi Lovato e Ant Clemons. Segundo os produtores, o programa “mostrará a resiliência, o heroísmo e o compromisso unificado do povo americano de se reunir como uma nação para curar e reconstruir”.
Após o juramento, Biden vai colocar uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido, no Cemitério Nacional de Arlington. Três antecessores estarão presentes em todos os momentos da tomada de posse: Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama.
Depois do cemitério, a carreata presidencial parará a algumas centenas de metros da Casa Branca, e Joe Biden poderá caminhar até sua nova residência.
O novo presidente deverá então anunciar as suas primeiras decisões presidenciais. Espera-se que Biden apresente um pacote de decretos, que anularão algumas das mais polêmicas políticas de Trump. Entre elas estão a volta ao Acordo Climático de Paris e à Organização Mundial da Saúde e o cancelamento da construção do muro na fronteira com o México. (Com agências internacionais)
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