Depois de muitos diálogos no campo diplomático e pressão sobre a farmacêutica AstraZeneca, 2 milhões de doses da vacina Covishield, produzidas Serum Institute, da Índia, chegaram ao aeroporto internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo
O avião, da companhia érea Emirates, que transportava as doses do imunizante desenvolvido pelo laboratório sueco-britânico e a Universidade de Oxford, pousou por volta das 17h20 desta sexta-feira (22) em solo brasileiro.
No aeroporto estavam os ainda ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores), juntamente com o embaixador da Índia no Brasil, que acompanharam o desembarque do material e o reenvio para o Rio de Janeiro, onde será analisado e rotulado pela Fiocruz, antes de ser distribuído pelo País.
Pazuello, que falou rapidamente com a imprensa em Guarulhos, deverá fazer pronunciamento na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, com direito a mestre de cerimônia e outros detalhes absurdos.
De acordo com a Fiocruz, os imunizantes Astrazeneca/Oxford estarão prontos para uso na tarde de sábado (23), após checagem de qualidade e segurança, rotulagem e etiquetagem.
O governo do presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que a Índia priorizou o Brasil na entrega das vacinas, mas não é essa verdade dos fatos. O governo de Nova Délhi exportou inicialmente, de forma gratuita, vacinas para seis países da região, e depois passou a cuidar dos envios em caráter comercial, como é o caso de Brasil e Marrocos.
O governo do primeiro-ministro Narendra Modi preocupou-se não apenas em garantir o início de imunização da população dos países vizinhos, mas também aproveitou a vacina para fazer política na região, onde a Índia pretende se fortalecer.
O Palácio do Planalto chegou a fretar um avião da companhia Azul para buscar as vacinas na Índia, mas na última sexta-feira (15), quando deveria ter decolado, surgiu a informação de que as doses de imunizantes não seriam entregues naquela data. O governo indiano havia solicitado a Bolsonaro discrição na operação, mas o presidente da República ordenou que a aeronave fosse adesivada com o logotipo do SUS e o slogan da campanha de vacinação.
Esse detalhe e entraves políticos impediram que Jair Bolsonaro conseguisse a primeira foto da vacinação no Brasil, já que no último domingo (17) o governador João Dória Júnior (PSDB), de São Paulo, iniciou a imunização, logo após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conceder autorização para o uso emergencial da Coronavac, vacina produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
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