Mourão diz em entrevista que o subserviente Ernesto Araújo pode ser demitido a qualquer momento

 
A mitomania é uma das notórias especialidades do presidente Jair Bolsonaro, que de forma compulsiva, e sem qualquer reação da sociedade, ludibria a opinião pública com seus devaneios totalitaristas. A prova mais recente desse apreço de Bolsonaro pela mentira veio a lume em declaração do vice-presidente Antônio Hamilton Mourão, que em entrevista disse que o ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) poderá ser demitido no começo de fevereiro.

Sabujo de plantão do ex-presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, Araújo foi protagonista de diversos atritos com a diplomacia chinesa, apenas para agradar o então inquilino da Casa Branca. Agora, com o Brasil dependendo da boa vontade dos chineses em relação à exportação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para a produção da vacina Covishield (AstraZeneca/Oxford) pela Fiocruz, o atual chanceler não é a pessoa mais adequada para conduzir a política externa brasileira.

“Julgo que, num futuro próximo, após a questão das eleições dos novos presidentes das duas casas do Congresso, poderá ocorrer uma reorganização do governo para que seja acomodada, vamos dizer assim, a nova composição política que emergir desse processo. Então, talvez, nisso aí, alguns ministros sejam trocados, entre eles o próprio MRE (ministro das Relações Exteriores)”, afirmou Mourão à Rádio Bandeirantes.

 
Por conta dos embates com o gigante asiático, Ernesto Araújo foi excluído das negociações com a China para viabilizar o envio de insumos para a produção de vacinas contra a Covid-19.

Em novembro passado, por exemplo, Araújo defendeu o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) – filho “03” do presidente da República –, que em mensagens postadas nas redes sociais associou a tecnologia chinesa 5G ao desejo do governo de Pequim de espionar o Brasil. Por ocasião dessa bizarrice marcada pela teoria da conspiração, Jair Bolsonaro elogiou o ministro das Relações Exteriores, mas agora foi obrigado a alijar Araújo das negociações com a China.

Ora, se Ernesto Araújo não participou das negociações com Pequim, Bolsonaro mentiu ao agradecer às autoridades chinesas pela liberação do IFA para a produção da Coronavac, pelo Instituto Butantan, e pelo fato de o governo da China estar empenhado em liberar o quanto antes a exportação do insumo para a fabricação do imunizante da AstraZeneca. Na postagem, Bolsonaro exaltou a participação do ministro de Relações Exteriores nas conversas com os chineses.

Por questões de egolatria, Bolsonaro pode afirmar que não demitirá Araújo, como fez na sua enfadonha live semanal, na última quinta-feira (21). Contudo, o generalato palaciano tem pressionado o presidente da República para que Ernesto Araújo seja despejado do governo o mais rápido possível. Como Araújo é um dos “queridinhos” da ala ideológica do governo, talvez um prêmio de consolação esteja em análise no Palácio do Planalto. Coisa de governo incompetente e irresponsável.

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