Bruno Covas mandou zeladoria de SP às favas; “bom-mocismo” de campanha durou até a reeleição

 
Na recente disputa pela Prefeitura de São Paulo, em 2020, o reeleito Bruno Covas (PSDB) recorreu a ações emergenciais de zeladoria para convencer o eleitor paulistano da importância da sua permanência no comando da maior cidade brasileira.

A campanha do tucano teve como slogan “força, foco e fé”, mas ao que parece a força e o foco desapareceram da cena da capital paulista. Assim como desapareceu o mutirão que vinha reconstruindo calçadas e tapando buracos cidade afora.

Reconhecemos não ser fácil administrar uma cidade complexa do tamanho de São Paulo e com tantos problemas, mas se durante a campanha Covas conseguiu “mostrar serviço”, isso deverá continuar na nova gestão.

Bruno Covas, apesar de jovem, não pode ser considerado um catecúmeno na seara política, muito menos no tucanato, em que pese o fato de o PSDB estar, não é de hoje, em processo de derretimento como legenda.

Em recente conversa com graduado e respeitado nome do PSDB, o editor do UCHO.INFO ouviu aquilo que está patente em todos os cantos da cidade: Bruno Covas está pecando enormemente no campo da zeladoria.

Buracos (alguns já alcançaram o status de cratera) proliferam na cidade como erva daninho no campo, sem que a Prefeitura paulistana tome qualquer providência o que muitas vezes se transforma em armadilha para os cidadãos. Até porque carros caem nos buracos, enquanto pedestres tropeçam em calçadas deterioradas. Pífia e condenável, a solução que a administração municipal encontrou para os buracos nas vias foi fincar cones de alerta aos motoristas, como se isso eliminasse os buracos em passe de mágica.

 
Em uma das mais movimentadas vias da cidade de São Paulo (Avenida Brigadeiro Luís Antônio), palco de intenso tráfego de ônibus, um já amassado cone está em determinada esquina há mais de três meses, obrigando os motoristas a malabarismos no trânsito, sem contar o buraco que aumenta no sentido longitudinal. E a Prefeitura insiste em fazer ouvidos moucos diante das reclamações.

Não obstante, se o Departamento de Sistema Viário (DSV) tem viaturas circulando pela cidade com o intuito de, além de monitorar o trânsito, flagrar motoristas infratores e, consequentemente, multá-los, pouco custa aos servidores do órgão informar a repartição competente para resolver um problema que coloca todos em risco.

Alguém há de afirmar que o orçamento da cidade de São Paulo é do tipo “cobertor curto em noite de geada”, mas ninguém, pelo que se sabe, obrigou Bruno Covas a tentar a reeleição. É sabido que o ser humano tende a relaxar após alcançar uma vitória, mas, como prega a sabedoria popular, “quem pariu Mateus que o embale”.

Entre os muitos candidatos que concorreram à Prefeitura de São Paulo, Covas foi o que apresentou proposta minimamente coerente, considerando a situação financeira e fiscal da cidade. E suas promessas de campanha estavam em consonância com o caixa do município, que encolheu durante a pandemia do novo coronavírus, mesmo assim, o prefeito sancionou projeto de lei que majorou o próprio salário e os proventos dos secretários municipais. Em suma, incoerência.

Cumprindo licença médica por conta do tratamento que faz contra um câncer na cárdia (região entre o estômago e o esôfago), Covas encontrou tempo e espaço na agenda para ir ao Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, para acompanhar, na companhia do filho, a final da Copa Libertadores, entre a Sociedade Esportiva Palmeiras e o Santos Futebol Clube. O prefeito paulistano voltou do Rio de Janeiro trazendo na bagagem não apenas o sabor amargo da derrota do seu time do coração (Santos FC), mas um cenário favorável a críticas das mais diversas.

Bruno Covas foi duramente criticado as redes sociais por descumprir a recomendação médica e, em plena pandemia de Covid-19, deixar a cidade para acompanhar uma partida de futebol que foi transmitida pela televisão. Além disso, se Covas já estava com disposição física para um ato impensado como sua ida ao Rio de Janeiro, que ficasse na cidade para enumerar os buracos que brotam por toda parte. Em suma, incoerência.

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