Em solenidade no Senado, Bolsonaro é interrompido por oposicionistas com gritos de “fascista” e “genocida”

 
A delinquência intelectual e a desfaçatez do presidente Jair Bolsonaro são tamanhas e tão devastadoras, que qualquer brasileiro dotado de rasas doses de raciocínio sente vergonha de ter na proa do País alguém despreparado, ignorante e debochado.

Na tarde desta quarta-feira (3), durante a solenidade de abertura dos trabalhos legislativos de 2021, no plenário do Senado Federal, Bolsonaro foi recebido com frases hostis vociferadas por integrantes do PSL, que chamaram o chefe do Executivo de “fascista” e “genocida”. Como resposta, os aliados do presidente da República puxaram coro de “mito”.

Ao tentar por duas ou três vezes iniciar seu discurso, previamente preparado e redigido por algum estafeta palaciano, Bolsonaro foi interrompido por integrantes do partido de oposição. Foi preciso o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pedir aos parlamentares respeito para com as autoridades presentes. Participaram do evento, além de Bolsonaro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, e o presidente da Câmara dos Deputados. Arthur Lira (PP-AL).

“Vamos dar uma oportunidade à pacificação deste país, uma delas é que respeitando a manifestação de pensamento possamos respeitar as instituições deste país. Vamos dar mais uma oportunidade para que possamos iniciar uma nova fase de consenso, de respeito à divergência”, disse Pacheco.

Antes de iniciar o discurso, Bolsonaro lembrou que esteve no Congresso Nacional por 28 anos como deputado federal, mas que jamais desrespeitou autoridades que lá estiveram. Sem digerir a provocação, o presidente emendou: “Nos encontramos em 22”, em referência ao ano da próxima corrida ao Palácio do Planalto.

 
Se existiu no Parlamento brasileiro alguém que nunca respeitou autoridades, em especial por divergências ideológicas, esse certamente foi Jair Messias Bolsonaro, um desclassificado que sequer tem condições para decidir o futuro da nação.

Bolsonaro, como se sabe, considera autoridade apenas quem é estranho ao seu meio, mas não é essa a interpretação correta sobre quem representa o Estado e um dos seus Poderes constituídos, não importando a cangalha ideológica que cada um carrega.

Faz-se necessário destacar que em pelo menos duas ocasiões Bolsonaro não respeitou autoridades. A primeira vez foi em 2014, quando o agora presidente disse, durante discurso no plenário da Câmara, que não estupraria a deputada federal Maria do Rosário (T-RS) porque “ela não merece”. Bolsonaro foi além em seu destampatório e alegou que considera a petista “é muito feia” e que ela “não faz o meu tipo”.

Na ocasião, Maria do Rosário deixava o plenário da Câmara após discursar, quando Bolsonaro subiu à tribuna e gritou: “Não saia, não, Maria do Rosário, fique aí. Fique aí, Maria do Rosário. Há poucos dias você me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que eu não estuprava você porque você não merece. Fique aqui para ouvir”.

A segunda vez ocorreu durante o julgamento do processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff, quando Bolsonaro, ao proferir seu voto no plenário da Câmara, exaltou a memória do torturador-geral da República, o facínora Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Se esses dois episódios não configuram desrespeito a autoridades, que alguém explica o que significa o comportamento misógino, machista e truculento de um fascista e genocida que continua acreditando ser a derradeira salvação do universo.

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