Biden recebe relatório de ativistas e acadêmicos que sugere o afastamento dos EUA do governo Bolsonaro

 
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu documento assinado por ONGs e acadêmicos americanos sugerindo a suspensão de acordos com o Brasil durante a gestão de Jair Bolsonaro.

No dossiê, os signatários sugerem, entre outras medidas, o congelamento de negociações de comércio bilateral com o Brasil e a retirada do apoio americano à adesão do Brasil como membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – concedido durante o governo Trump.

No documento, divulgado pela BBC Brasil, ativistas afirmam que o relacionamento “especialmente próximo” entre Trump e Bolsonaro foi “um fator de legitimação” do presidente brasileiro e de “suas tendências autoritárias’”.

“A aliança Trump-Bolsonaro tem levado muitos brasileiros que apoiam valores democráticos e o Estado de Direito a questionar se Washington é, de fato, um parceiro confiável na luta pela proteção e expansão da democracia”, ressaltam os autores do documento.

Tendo como referência a preocupação de Biden com a preservação da Amazônia, o documento sugere que a política externa norte-americana considere a proteção também de outros ecossistemas como Cerrado, Pantanal e a Mata Atlântica. Durante a campanha eleitoral, Biden chegou a afirmar que “reuniria o mundo” para criar um fundo bilionário com o objetivo de preservar a Amazônia. A maior floresta tropical do planeta foi mencionada no plano climático divulgado pelo presidente americano na última semana.

 
Durante o atabalhoado governo de Donald Trump, o presidente brasileiro teve o ex-inquilino da Casa Branca como principal aliado e, na contrapartida, declarou apoio à reeleição do republicano. Bolsonaro, que sem apresentar provas afirmou que processo eleitoral americano foi fraudado, foi um dos últimos estadistas a reconhecer a vitória de Biden.

O grupo de ativistas, denominado “Rede nos Estados Unidos pela Democracia no Brasil”, apostam que a Casa Branca pressionará o governo de Jair Bolsonaro a assumir compromissos no campo da preservação ambiental.

O documento foi entregue a Juan Gonzáles, assessor especial da Presidência dos EUA e diretor sênior do Conselho de Segurança Nacional para assuntos do Hemisfério Ocidental.

Entre os nomes que participaram da elaboração do texto endereçado a Biden estão o brasilianista James Green, professor da Brown University; Paulo Abrão, ex-secretário-executivo da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH); e Andrew Miller, da ONG Amazon Watch.

Ao todo, 120 pessoas, entre representantes de ONGs e acadêmicos renomados, assinaram o documento – professores de universidades americanas como Yale, UCLA e Columbia, além de entidades como “Greenpeace” e “Friends of the Earth”.


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