Retorno do auxílio emergencial deve ser decidido em breve, mas criação de novo imposto está na pauta

 
Após um dia de luto no Senado em razão do falecimento do senador José Maranhão (MDB-PB), 87 anos, vítima de complicações da Covid-19, a Comissão Mista do Orçamento foi finalmente instalada. Com isso, o Orçamento de 2021, que deveria ter sido aprovado no final do ano passado, antes do recesso parlamentar, será votado por deputados e senadores.

Nesse processo, ao menos um item tem causado polêmica nas discussões preliminares: a inclusão da retomada do auxílio emergencial. No estilo “cobertor curto”, o Orçamento de 2021 não tem espaço para uma nova rodada de auxílio.

O Palácio do Planalto percebeu que sem a retomada do auxílio a economia certamente afundará ainda mais na vala da crise, enquanto a popularidade do presidente Jair Bolsonaro tende a piorar.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse na terça-feira (9) que a vota do auxílio emergencial sem uma contrapartida provocará aumento da inflação e elevação da taxa básica de juro (Selic), atualmente em 2% ao ano.

A ideia que surgiu, mas enfrenta a resistência da equipe econômica, é a criação de um “imposto emergencial” provisório, nos moldes da finada CPMF, para custear o benefício. Como se sabe, quando criada a CPMF tinha caráter provisória e tornou-se permanente, até ser derrubada pelo Congresso em dezembro de 2007. À época, a arrecadação com o malfadado imposto girava em torno de R$ 40 bilhões anuais.

 
A eventual criação desse novo imposto acabará impactando nos preços de alimentos e serviços, comprometendo a camada mais vulnerável da população, que, coincidentemente, é alvo do retorno do auxílio emergencial.

A pandemia do novo coronavírus, que motivou a criação do auxílio emergencial, expôs de maneira incontestável e irreversível a tragédia social que impera no Brasil, sem que no decorrer da história a sociedade e o Estado se preocupassem com a busca de uma solução.

A saída para viabilizar uma nova rodada do auxílio emergencial e também para minimizar o problema social no País seria tributar grandes fortunas e o lucro, mas isso está fora de cogitação porque esse nicho é o principal financiador de campanhas eleitorais. Além disso, o lobby de alguns setores junto ao Parlamento impede que tal proposta avance.

Não faz muito tempo, o ainda ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a volta do auxílio emergencial provocaria corte nos recursos destinados à saúde, à educação e à segurança. Como sempre afirmou o UCHO.INFO, Guedes é um teórico conhecido que fracassa sobejamente no momento de colocar seus planos em prática. Imaginem, caros leitores, se todo “Posto Ipiranga” funcionasse como o ministro Paulo Guedes.

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