Morre em São Paulo, aos 79 anos, o economista e ex-diretor da Fiesp Paulo Francini, vítima de Covid-19

 
O economista e empresário Paulo Francini, 79 anos, morreu nesta quinta-feira (11), em São Paulo, vítima de complicações da Covid-19. Internado no Hospital Sírio-Libanês desde janeiro, quando foi diagnosticada a doença, Francini teve uma parada respiratória depois de superar a fase mais crítica da Covid-19.

Um dos fundadores do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Paulo Francini foi diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Tanto no Iedi como na Fiesp, o economista liderou grandes movimentos e debates em prol da indústria nacional.

Dono de verve crítica e sempre contundente, sem jamais perder a coerência, Paulo Francini despontou no cenário empresarial como importante interlocutor com o Palácio do Planalto, desde a era Sarney até os governos do PT.

Na Fiesp, Francini foi diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos até três anos atrás, quando setor passou para o guarda-chuva da diretoria de competitividade. No departamento, o economista teve papel relevante nas negociações entre sindicatos patronais e de trabalhadores. Mesmo com essa mudança, o empresário permaneceu na entidade como vice-presidente do Conselho Superior de Economia, presidido pelo ex-ministro e economista Antônio Delfim Netto.

 
Durante a ditadura militar, na década de 70, Paulo Francini participou do “Manifesto dos Oito”, uma das mais duras críticas do empresariado nacional ao truculento regime dos generais.

Em nota, a Fiesp/Ciesp lamentou a morte do economista, que durante décadas participou ativamente da história da entidade. “Grande defensor do desenvolvimento industrial, fez importantes contribuições para o debate econômicos do País. Francini era conhecido por sua inteligência, carisma e bom humor. Fará muita falta”, disse Paulo Skaf, presidente da Fiesp e do Ciesp.

Júlio Gomes de Almeida, diretor-executivo do Iedi, disse que Francini foi desde a década de 90 defensor da consolidação de uma política industrial dinâmica e alinhada às transformações globais. Contudo, nos últimos anos o empresário estava desiludido com o rumo da indústria nacional, que a cada dia perde relevância no cenário econômico.

O velório acontecerá na sexta-feira (12), às 11 horas, e o sepultamento está marcado para o meio-dia no Cemitério Congonhas (Rua Min. Álvaro de Sousa Lima, 101), na Zona Sul da capital paulista.


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