O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (16) que assinou o contrato com o Butantan para a compra de mais 54 milhões de doses da Coronavac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o instituto paulista.
A pasta já havia informado em janeiro que a compra estava confirmada, mas até então não havia formalizado o contrato. O Instituto Butantan vinha pressionando pela assinatura, caso contrário ameaçou disponibilizar as doses para outros compradores, inclusive de outros países.
Os 54 milhões de doses se somam agora aos 46 milhões que já haviam sido adquiridos pelo ministério no início do ano, totalizando 100 milhões de doses da Coronavac para o governo federal, que devem ser entregues pelo Butantan até setembro.
O anúncio vem no momento em que várias cidades brasileiras estão anunciando a paralisação das respectivas campanhas de vacinação contra o novo coronavírus devido à falta de imunizantes. O Rio de Janeiro tornou-se a primeira grande cidade a interromper a imunização na segunda-feira, enquanto Salvador e Cuiabá suspenderam a aplicação de primeiras doses nesta terça-feira.
A distribuição de doses aos estados é de responsabilidade do Ministério da Saúde. Ao todo, o Butantan, vinculado ao governo de São Paulo, já entregou 9,8 milhões de doses da Coronavac à pasta.
Segundo o cronograma do instituto, um total de 9,3 milhões de doses devem ser entregues até o fim de fevereiro (sendo que 1,1 milhão destas já foram entregues), 18,1 milhões em março e 15,9 milhões em abril. O restante das doses, produzidas no Brasil com insumos vindos da China, será distribuído nos meses seguintes.
Além da Coronavac, o ministério informou que o País deverá receber ao longo deste ano mais 42,5 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 fornecidas pelo consórcio Covax Facility, programa apoiado pela ONU para compra e distribuição de vacinas contra a Covid-19 ao redor do planeta, visando acesso igualitário aos imunizantes e priorizando países mais pobres.
O governo federal fechou também contrato com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para mais 222,4 milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca e conjunto com a Universidade de Oxford, que começaram a ser entregues em janeiro.
Disputa política
No Brasil, a Coronavac esteve no centro de uma disputa política entre o governador de São Paulo, João Doria Júnior (PSDB), e o presidente Jair Bolsonaro. Enquanto o governo paulista fechava acordo com a Sinovac para a compra da vacina, o presidente por muito tempo criticou o imunizante e afirmou várias vezes que o governo federal não o compraria.
Quando São Paulo anunciou um plano estadual de vacinação independente do governo federal, em dezembro, Bolsonaro e seu ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, mudaram de estratégia e passaram a correr atrás do imunizante.
Por falta de doses da vacina da AstraZeneca-Oxford, aposta do governo federal, a vacinação no Brasil teve início com a Coronavac, em 17 de janeiro, mesmo dia em que a Anvisa aprovou o uso emergencial de ambos os imunizantes no país. (Com agências de notícias)
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